domingo, 11 de julho de 2010

[Ed. 72#] Discovery Hemp: Porque Só Algumas Pessoas se Viciam?!

por Dr. Moura Verdini

Os mecanismos pelos quais o organismo se torna dependente de uma determinada substância ainda não são bem elucidados pela ciência. Acredita-se que o uso contínuo e prolongado de uma determinada substância altera o funcionamento normal do organismo, de forma que isso ocorrerá apenas na presença desta substância. Este modelo, no entanto, não explica a diferença entre a dosagem e a freqüência que diferentes pessoas precisam utilizar para apresentarem os sintomas de dependência, nem porque algumas pessoas são bastante vulneráveis a vícios e outras não. Para entender melhor sobre o assunto vamos ver hoje um artigo retirado do Diário da Saúde!

"Por que apenas algumas poucas pessoas que usam drogas tornam-se dependentes dessas substâncias?

Pesquisadores franceses acabam de descobrir que a transição de um uso comum para o vício pode resultar de uma deficiência persistente de plasticidade sináptica em uma estrutura-chave do cérebro.

Esta que é a primeira demonstração de que existe uma correlação entre a plasticidade sináptica e a transição para a dependência, foi demonstrada por Pier Vincenzo Piazza e Olivier Manzoni, do Neurocentro Magendie, em Bordeaux.

Anaplasticidade

Os resultados questionam a noção largamente aceita pelos cientistas de que o vício em substâncias químicas resulta de modificações cerebrais que se desenvolvem gradualmente com o uso das drogas.

A pesquisa demonstra que, ao contrário, a dependência pode vir de uma espécie de anaplasticidade, ou seja, da incapacidade das pessoas viciadas em contrabalançar as alterações patológicas causadas pela droga em seus organismos.

Biologia do vício

O consumo voluntário de drogas é um comportamento encontrado em muitas espécies de animais.

No entanto, por muito tempo os cientistas consideraram que a dependência - definida como o consumo compulsivo e patológico de drogas - seria um comportamento específico da espécie humana e da sua estrutura social.

Em 2004, contudo, a equipe de Piazza demonstrou que os comportamentos que definem o vício em seres humanos também aparecem em alguns ratos que se autoadministram a cocaína.

A dependência de substâncias químicas apresenta semelhanças surpreendentes entre os homens e os roedores - em especial o fato de que apenas um pequeno número de consumidores (ou de roedores) desenvolve a dependência das drogas.

O estudo do comportamento da dependência de drogas nesse modelo animal abriu o caminho para o estudo da biologia do vício.

Do uso normal para o vício

Agora, os cientistas estão relatando a descoberta dos primeiros mecanismos biológicos usados para a transição entre o uso regular, mas controlado, da droga, para uma verdadeira dependência da cocaína, caracterizada por uma perda de controle sobre o consumo da droga.

Comparando animais viciados e não-viciados em momentos diferentes durante sua história de consumo de drogas, a equipe descobriu que os animais que desenvolvem a dependência de cocaína apresentam uma perda permanente da capacidade para produzir uma forma da plasticidade conhecida como depressão de longa duração (ou LTD: Long Term Depression).

Depressão de longa duração

A depressão de longa duração refere-se à capacidade das sinapses (região de comunicação entre os neurônios) para reduzir sua atividade sob o efeito de determinados estímulos.

Ela desempenha um papel importante na capacidade de desenvolver novos traços de memória e, consequentemente, para demonstrar flexibilidade no comportamento.

Após um pequeno uso da cocaína, com pequena duração no tempo, a LTD não sofre modificações. No entanto, após um longo uso da droga, surge um défice significativo da LTD em todos os usuários.

Comportamento rígido

Sem esta forma de plasticidade, que permite que ocorram novas aprendizagens, o comportamento no que diz respeito à droga torna-se cada vez mais rígido, abrindo a porta para o desenvolvimento de um consumo compulsivo - o vício, ou dependência química.

O cérebro da maioria dos usuários é capaz de produzir adaptações biológicas que permitem compensar os efeitos da droga e recuperar uma LTD normal.

Por outro lado, o anaplasticidade (ou a falta de plasticidade) apresentada pelo viciados os deixa sem defesas e, consequentemente, o défice de LTD provocado pela droga torna-se crônico.

4 comentários:

  1. Na minha opiniao isso ae meu, é uma charada que nunca vai ser matada, nem a propria inteligencia do homem mesmo evoluindo constantemente vai ser capaz de solucionar essa duvida, pois no globo existem milhoes de pessoas, com diferentes pensamentos, diferentes conceitos, diferentes classes sociais e diferentes vidas.. todos esses fatores tbm sao um degrau a mais pra contribuir com um determinado vicio "mal costume" de uma pessoa, sempre existirão milhares de caminhos diferentes pra que um determinado individuo possa se viciar em uma determinada droga, nao basta somente dar enfase a algum conceito, a mente é um labirinto, ideias, conceitos, pensamentos e vicios, por exemplo, sao formados atraves de ligaçoes cerebrais, e antes disso passam por uma imensa cadeia de milhoes de neuronios pra que esse pensamento seja formulado, entao da mesma forma o mesmo circuito cerebral jamais será repetido, pois tal individuo pode começar a usar determinada droga por exemplo: por causa de um problema familiar, outro por que sei lá, perdeu o casamento, outro por que por exemplo, mora em uma favela, nao tem expectativa de vida nenhuma, ele ve que a sua vida é ali, em meio ao trafico e a varias drogas a sua disposiçao e acha isso normal, e vai se acostumando com a ideia de usar varias drogas, posso começar a fumar por que vejo meu pai fumando dentro de casa, ou outros como eu que descobriram um barato a mais atraves da droga "maconha" nao como maleficio, mas sim beneficio, mas sabem seu limite, outros porq sao influenciaveis e so tomam drogas pra ficar bem na fita com os supostos "amigos" e por ai vai uma infinidade de fatores nos quais eu poderia citar, existe gente de mente fraca, existe gente que se vicia facil, existe gente que pensa q nao está dependente de tal substancia, mas quando ve ja foi, existe gente q experimenta e de primeira ja fica fissurado, entao nao tem uma determinante que possa indagar esse assunto, acho q o lance é a informaçao, conscientizaçao é o que ja ajudaria bastante, educaçao da naçao como um todo, pois tenho certeza que se a maconha nao fosse tao queimada o filme por causa do trafico, todos nos ja estariamos fumando numa boa, pois nosso país é tao hipocrita que tem o cigarro como algo normal, mas a erva é coisa de drogado,bandido, pois o lance é saber adequar a sua vida, pra que nao venha a te atrapalhar, alguns deixam de viver a vida pra viver de drogas, outros tem mto dinheiro, e usam drogas constantemente, dai se tornam viciados, e isso é a coisa mais facil de acontecer.. quase me tornei dependente de coca, vi que era furada, gosto do barato até hoje, mas eu tava demais.. mas aquele velho dilema veio a minha cabeça, "tudo em excesso faz mal" e pior que é verdade mesmo, entao o lance é saber administrar isso, como qualquer outra coisa em sua vida, vc q nunca cheirou coca, nao se preocupe, tem o mesmo cheiro de pepsi huauhuhaha, zuera, mas ae desde a tarefa mais facil, vc tem que se adequar, porq se nao, vc vai ficar parado no tempo, enquanto seu proximo vai estar evoluindo, e vc nao vai ser mais nada a nao ser passado tbm.. consciencia galera. essa é a palavra! Stay High, Jah bless!

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  2. Pois é. O estudo é interessante, e, como outros, merece uma atenção especial. Por outro lado, acho que devemos tomar muito cuidado com estudos que nos levem a uma biologização do uso de substâncias psicoativas, assim como da, assim chamada, farmacodependência.

    Se reduzimos o comportamento humano e sua complexidade a um único fator, seja neurofisiológico, genético ou o que seja, estamos apenas reforçando: A) uma perda da história, da constituição social de termos (e de realidades) como dependência, "questão" das drogas; e B) uma perda da liberdade humana (condição humana como possibilidade de possibilidade).

    Parece mais interessante o modelo tripé usado por Olievenstein, Dartiu, entre outros, que considera que a dependência só pode ser entendida a partir de determinantes multiplos de A) meio social; B) condição subjetiva e histórica de um sujeito e C) particularidades da substância utilizada.

    Desta forma podemos ver as particularidades das dependências, assim como suas generalidades. Existem fatores biológicos, sem dúvida, mas certamente não são os únicos.

    Um abraço,
    Fernando Beserra

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  3. Vamos elucidar a questão da Dependência.
    Dependência ou vc tem ou vc naum tem, se vc tiver ta fudido se naum tiver pode usar de boa.
    Quem tiver mais duvidas entre em contato!!!!!!!

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  4. Como estudante de Psicologia a alguns anos, a conclusão que cheguei lendo esta matéria é a mesma que eu ja tinha antigamente...a dependência se gera por deficiências emocionais.
    Quanto mais as pessoas buscam identidade em coisas materiais mais elas perdem sua real identidade e isso causa insatisfação.Não é diferente com as drogas recreativas, se a pessoa precisa de coisas extra-corporais para viver bem ela nunca vai ver sentido em reduzir ou parar de consumir aquela substância, a menos que ela veja que para ser autônoma de seu corpo ela necessita de ter controle sobre TODAS as suas ações.
    Obviamente, é a minha opinião.

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