[Ed. 74#] bONG Na Mochila: Maconha na Carteira - Guarda Negligente!

por Marco Hollanda

Recebemos na caixa de e-mail mais esfumaçada da web um relato digno de filme. São raros os casos em que o abuso de poder e a corrupção generalizada em todos os setores da segurança pública foram tão explícitos.

Devido à riqueza de detalhes, o bONG desta semana seria digno de ser contando em um livro. Sem perder nenhuma nuânce, veja mais essa coverdia cometida pela Guarda Negligente.

Eu e meu grande brother estávamos em casa tranquilamente bolando alguns baseados. Como sempre, arrumei a mochila com o kit canábico completo: bong, erva, isqueiro, seda, água, chips, tesoura, entre outros. Resolvemos buscar um local onde o contato com a natureza ocorre de forma mais íntima: a Praça Estoril, em São José dos Campos (SP).

Por estar localizada atrás de um pasto, sempre utilizei o local para colher alguns cogumelos. Mas neste dia estávamos no local apenas para apreciar os efeitos da diamba.

Ao olhar para o lado me dei conta do clima que tomava conta do local. Em outro banco, um parceiro de dread, mais adiante um casal apaixonado. Todos fumando maconha. Nada lembrava o cenário de desastre social vendido pelos proibicionistas.

Ao fumar o último baseado, percebi a chegada de duas lindas moças. Elas sentaram e acenderam um beck. A vontade de ir lá era enorme. Mas faltava a querida erva para criar um clima amigável. A solução era recorrer ao comércio mais próximo em busca de mais algumas gramas da poderosa erva.

Com 30 gramas em mãos retornamos ao local. Mas naquele momento as duas meninas já estavam levantando acampamento. Desânimo momentâneo, mas sem viagem perdida, aproveitamos a estadia e apreciamos o restante da mercadoria.

Ao pegar o bong e preparar a primeiras baforadas fomos surpreendidos por duas pessoas. A idéia de que estávamos em contato com outros apreciadores da erva sagrada acabou quando nos foi apresentado um distintivo policial.

A primeira das loucuras desta história ocorre quando um dos tiras classifica o bong como instrumento para fumo de crack. Apresar de toda explicação técnica sobre o objeto o guarda não mudou não opinião.

A abordagem continuou com todos os objetos que estavam na mochila sendo atirados ao chão. Ainda sem encontrar o flagrante fomos obrigados a caminhar até as proximidades do pasto, onde a circulação de pessoas é menor. Chegando lá, fomos obrigados a retirar o tênis e tudo que estivesse no bolso. Mais uma vez, nada foi encontrado.

Quando eu pensei que conseguiríamos sair tranquilamente, escuto a última coisa que eu queria ouvir:

- Quero ver a carteira dos dois!

Adivinhem onde estava a erva? Primeiro meu brother deu a carteira, nada de mais, apenas 120 reais, com 50 em notas de dois. Lógico que os porcos tinham que falar alguma coisa:

- Porque tá em nota de 2? É dinheiro do tráfico?

Na minha vez de entregar a carteira pensei que seria o fim da linha. Afinal, as três buchas da maconha estavam lá, escondidas em um compartimento secreto feito especialmente para esconder maconha.

O Tira olha a carteira, verifica todos os documentos, e nada encontra. Quando ele se preparava para devolver, percebe um volume estranho que não tinha percebido. Sem conseguir identificar a origem do mesmo o guarda pede ajuda para que eu retire o objeto. Sem saída, a solução foi entregar o ouro ao bandido.

- Você não disse que não tinha nada?

- E não é que tem mesmo? Nem sabia!

- Isso é tráfico sabia vagabundo?

Já da para imaginar o que vem pela frente?

A violência da Guarda continua na próxima semana.... Para não retirar nenhum detalhe, resolvemos contar em duas partes. Na próxima sexta-feira teremos o desfecho deste caso.