[Ed. 84#] ErvaMundi: A Cultura da Maconha nos Estados Unidos da América!

Hoje o ErvaMundi vai desembarcar nos EUA, gigante capitalista que dita regras e tendências mundiais! Para quem não sabe, essa é a editoria do Hempadão que percorre país por país, em ordem alfabética, desde a letra A. No total já foram mais de 60 países explorados e hoje é o dia de invadir a casa do Tio Sam. Como sabemos, os Estados Unidos são responsáveis por propagar a ideia da "guerra às drogas" de forma mundial - sendo que atualmente tem 14 estados onde a maconha é legalizada para fins medicinais.

Não é preciso dizer que a cultura sobre a maconha é muito mais flexível por lá e por isso o avanço no debate e na reconstituição da histíoria e resistência da cultura da cannabis. A proibição da maconha nos EUA tem muito a ver com a migração mexicana e a rivalidade entre as respectivas classes socais. Porém, o que se observa, é que após anos de sobrevivência e permanência em voga, a cultura da cannabis se expandiu absurdamente na contra-cultura e na sua passagem para a indústria cultural norte-americana.

E por falar em indústria, são eles que agora despontam com todo aparato científico para ganhar o universo da maconha industrial. Centenas de marcas e patentes já foram criadas e diversos projetos já estão em andamento, assim como dezenas de exemplos já são encontrados em comercialização, como refrigerantes de maconha, restaurantes e dispensários de cannabis medicinal e as recentes notícias de pesquisas com óleo de semente de maconha.

Durante o governo Bush os usuários de maconha medicinal passaram por maus momentos, mas agora Obama flexibilizou a lei federal contra o uso da droga. Há pouco tempo, um dos maiores ativistas pela legalização das drogas no mundo, Ethan Nadelmann, disse que a no ano que vem a capital dos EUA estará pronta para começar a comercializar maconha medicinal - o que significa um grande avanço e indicativo de mudança nas políticas do Estado.

A Califórnia é o estado que mais avança, tendo descriminalizado recentemente o porte de até 28 gramas de maconha. Em novembro vai haver a votação para legalização do uso, destruibuição e regulamentação da cannabis e a grande novidade é que as pesquisas mostram o 'sim' como favorito da opinião popular. A opção de deixar de gastar dinheiro na repressão de pessoas não perigosas e passar a lucrar com impostos gerados pela renda do consumo e exportação de produtos oriundos da erva é muito mais inteligente e ganha cada vez mais força.

Por lá o debate avança em diferentes esferas, mas a repressão ainda bate à porta. Como aconteceu recentemente com  a filha de Bob Marley e com outras celebridades, muito embora tantos outros exemplos tenham dado as caras, assumindo o uso. Boa parte da aceitação sobre a cultura da maconha vem por parte dos idosos - que pertencente às gerações 60 e 70 - hoje veem na droga do passado o remédio santo do presente. A população não descrimina idosos dispostos e saudáveis que vaporiam a erva, o problema era com trabalhadores mexicanos em época de trabalho escravo.

Por ser referência, os EUA é alvo semanal de notícias, por isso é como se o ErvaMundi tivesse uma sede direta do Hempadão em território gringo - e olha que já foi mais ou menos assim, com direito a representante. Mas afinal das pontas, inimigo ou não, são os EUA que iluminam o caminho da mudança, acendendo a esperança do lado de cá do Atlântico, mas por enquanto só para eles. A Europa também se locomove. Enquanto o latino-americano feito louco, morre.

Semana que vem a gente volta... sei lá pra qual país...
depois do Estados Unidos vem...?