[Ed. #85] bONG: Guarda Maconheiro Também é Negligente!

por Marco Hollanda

A Guarda Negligente se espalhou pelo Brasil como uma praga. Diante de qualquer sinal de fumaça, a repressão violenta e corrupta mostra as mazelas de uma cultura de ódio contra o maconheiro. Diretamente de Patos de Minas (MG), recebemos o relato de uma política repressiva cada vez mais nefasta.

O relógio já marcava o início da terceira hora da madrugada quando a última tora da noite foi acesa. De mão em mão, o beck circulava harmoniosamente pela roda de primos. Mas antes que o baseado se transformasse em uma bagana, uma moto com dois homens entrou na rua com os faróis apagados. Com a aproximação do veículo foi possível perceber que nele estavam dois policiais.

A tentativa de engolir o baseado para se livrar do flagrante foi rapidamente interrompida por um dos Tiras que curiosamente pediu para dar uns tragos na erva de Jah. Ao se apoderar da beck o guarda acabou com a roda e fumou sozinho até a última ponta.

Mas quando tudo parecia caminhar para um final pacífico, o Guarda comprovou a tese do mestre Bezerra da Silva de que "aquele que perde a cabeça é porque já tem parte com espírito mal".

Ao dispensar a ponta o Tira chamou seu colega de trabalho que perguntou se todos já estavam com a fumaça na mente. Diante da resposta positiva, o Guarda maconheiro deu uma gargalhada e obrigou que todos ficassem de joelhos com as mãos em cima da cabeça pois era chegado o momento dele se divertir.

A brincadeira da Guarda Negligente consistia em uma série de tapas e chutes que pareciam alimentar a sede de ódio de cada um dos Tiras. Terminada a barbárie física, os Tiras partiram para o ataque às carteiras. Após arrecadar 300 reais, a repressão foi encerrada e todos convidados a tomarem o rumo de casa.