[Ed. 92#] bONG: Loucademia de Polícia - Seria Cômica se não fosse Trágica, a Negligência!

por Marco Hollanda

Por todo país, as histórias de repressão ao consumo de maconha em locais públicos revelam uma situação de insanidade pública. A  implacável caça aos maconheiros já foi motivo de piada na canção feita pelo genial Gabriel, O Pensador para o filme Tropa de Elite 2 e aqui no Hempadão já se acumulam mais de 90 casos de negligência da guarda.

 

Os sete amigos que se reuniam para comemorar um aniversário encontram o repouso perfeito na areia morna da praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Aquela noite de clima ameno somado ao barulho das ondas era o ambiente perfeito da carburação da erva. Distante de qualquer pessoa que pudesse se incomodar com o cheiro da maconha, a confraternização tinha tudo para ser perfeita. 

 

Mas a denúncia de um porteiro que trabalha em um dos prédios da orla mudou a história daquela noite. A polícia atendeu o chamado e foi até o local. Parte da galera bateu em retirada quando percebeu a aproximação da viatura policial. Dos sete, apenas um casal permaneceu sentado na areia aguardando a aproximação dos tiras. 

O homem de farda começou perguntando se o casal tinha visto alguém consumindo maconha pela praia. Diante da negativa ele pede para cheirar os dedos da menina, que oferece a mão esquerda. Com uma postura debochada ele percebe a estratégia e pede a outra mão, onde imediatamente sentiu o cheiro da erva. Foi o suficiente para as relações se estabelecerem de forma tensa. 

 

Logo em seguida, outro policial chega ao local trazendo um dos jovens que fugiram do local. Apesar de negarem qualquer relação de amizade, os três continuaram sendo interrogados. A pressão policial continuou com um dos guardas cobrando rispidamente a apresentação do flagrante. Pressionado e nervoso, o jovem detido em fuga acaba revelando que conhece o casal e pede para que a menina entregue logo a maconha. 

Mesmo sem encontrar o flagrante necessário para enquadrar qualquer usuário, os três receberam voz de prisão e foram conduzidos até o local onde o carro particular estava estacionado. Como nada foi encontrado dentro do veículo, a Guarda adotou outra estratégia e obrigou o jovem proprietário do automóvel a abaixar as calças para a realização de uma revista íntima.

 

Ao apalpar o corpo do “criminoso” o homem de farda percebeu que havia um pedaço de papel saindo de dentro da cueca. O faro investigativo apurado fez com que ele pegasse o papel e levasse até o nariz. Mas a cara de nojo feita pelo policial, que rapidamente se livrou do papel, seria digna de uma fotografia de primeira página de qualquer jornal. 

 

Após esta cena memorável o interrogatório prosseguiu com o Tira perguntado sobre detalhes da vida pessoal de cada um. O moralismo entrou em cena quando ele questionou a menina sobre o fato dela “fumar o dinheiro do pai”. Após a resposta de que o hábito de fumar era sustentado com o próprio trabalho, o clima ficou ainda mais tenso. Foi quando os três foram obrigados a entrar na viatura 

Só que operação policial assumiu uma posição ainda mais vergonhosa quando os homens de farda resolveram brincar com suas vítimas que foram obrigadas a entrar e sair da viatura repetidamente. Diante do stress provocado pela brincadeira de mau gosto, um dos tiras finalmente resolve dialogar. A história é encerrada com o pagamento de uma simbólica taxa de 11 reais, provavelmente foi gasta no bar da esquina.

 

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