[Ed. 94#] Hemportagem: Concreto feito com maconha não é problema – É a solução!

por Pietro

 

Além ser responsável por uma guerra sangrenta, a proibição da maconha carrega o peso do atraso no desenvolvimento de práticas industriais que utilizam o cânhamo. A manutenção deste proibicionismo também atrapalha a realização de pesquisas que poderiam revelar novas formas de exploração da erva.

 

Além de questões políticas e morais, a repressão a cannabis sativa também é sustentada por poderosos interesses econômicos. É fácil relacionar que a proibição da maconha medicinal favorece a indústria farmacêutica produtora de remédios para dores crônicas. Na questão industrial, a fibra de cânhamo surgiria como forte concorrente ao algodão, sendo este um dos lobbies que levaram a criminalização da erva nos Estados Unidos no começo do século 20.

 

Uma forma de exploração industrial da maconha já relatada aqui no Hempadão é o Hemcrete, o concreto feito à base de cânhamo e cal. Quando lançado, a produção do Hemcrete só era regulamentada em 3 países, entre eles a Alemanha, onde o produto foi criado. Mas foi em Asheville, na Carolina do Norte, que foi construída pela Push Design a primeira casa de concreto de maconha. Como as leis norte-americanas ainda proíbem o cultivo da maconha, o material foi todo importado da Inglaterra.

 

A Push Design é uma famosa desenvolvedora de projetos com base no conceito das casas verdes, construídas de forma a reduzir o impacto ambiental. Felizmente esse tipo de construção está se tornando cada vez mais popular, inclusive no Brasil, que já possui alguns prédios comerciais dentro deste padrão. Dentro desta lógica a maconha deixa de ser um problema e vira uma solução até mesmo para quem defende a sua proibição.