[Ed.110#] Fumosos: Cazuza – Aniversário HOJE do Ídolo de Loucura e Poesia!

Dia 04 de Abril. Hoje. Seria aniversário de Cazuza caso ainda estivesse entre nós. Mas calma, nenhum haxixe do mundo me faria pensar que Cazuza não está aqui, eternizado na memória desse povo ‘careta e covarde’. Não mais em carne e osso, mas naquele lugar reservado aos gênios da nossa música. Ele, um fumoso assumido, que certa vez disse que “Enquanto houver inutilidade e maconha, haverá esperança”.

 

E por inutilidade devemos entender aquilo que Paulo Leminski aponta como sendo o inutensílio do mundo: a poesia. Por isso Cazuza apontou o fedor da burguesia ou babilônia, sobretudo como medidas para por fim a poesia. É clichê em diversos sites evangélicos mostrandoque a tragédia de ter morrido aos 32 anos se deve pelo fato de certa vez, em um show no Canecão, ele ter dado um trago no cigarro de maconha e dito: “essa é pra você, Deus”!

 

Segundo a reportagem da Revista Super Interessante, “as brigas com a mãe eram constantes. Lucinha ficou chocada ao descobrir maconha no quarto do filho quando ele tinha 15 anos. Jogou tudo fora e ouviu de um inconformado Cazuza: “Você é louca? Era maconha de primeira qualidade. Você não dá valor às coisas. Jogou dinheiro fora!”, uma cena que aciona aquela vista na tela dos cinemas, embora no filme ele parecesse ser mais velho.

 

Ainda de acordo com a revista, “Cazuza começou a ganhar dinheiro e Lucinha passou a controlar as finanças – e a entrar em pânico. Para brincar com a mãe, ele anotava nos canhotos dos cheques: maconha, pó...”, e por aí vai. No entanto uma outra citação dele salva seu estereótipo de doidão, já que reverbera um argumento que não tem como ninguém discordar: "Qualquer droga faz mal. Eu acho que a maconha faz mal, a cocaína faz mal, álcool faz mal, mas eu...não posso causar mal nenhum a não ser a mim mesmo."

 

E para não dizer que não há registro de marola em sua música, vamos relembrar um Disco que foi psotado aqui recentemente. Genial, com apenas dois versos Cazuza consegue traçar um raio x do preconceito no Brasil, seja contra maconheiros ou bichas. Dá play e celebre todo afeto e veneno contido nessa obra. Ariano raro, maconheiro nato: Cazuza é um fumoso eterno.