[Ed.#113] bONG: O Interior não escapa de uma Polícia Autoritária e Negligente!

por Marco Hollanda

É por casos como os que são relatados semanalmente no bONG que a Marcha da Maconha precisa ser um verdadeiro movimento de massas. Quem se revolta com as histórias que contamos aqui tem obrigação de ir para rua lutar pela legalização. Afinal, a dita violência causada pelas drogas é o reflexo de uma “guerra” declarada contra os usuários e mercadores de drogas ilícitas.

 

Com apenas 11 mil habitantes a cidade de Juscimeira (MT) também é vítima de uma guarda totalmente despreparada para lidar com o uso de drogas. A distância de quem possa fiscalizar e punir o abuso de autoridade parece alimentar o preconceito e a sensação de impunidade de homens que abusam da farda que vestem.

 

A história em questão começa no início da madrugada – por volta de 00h20 – quando quatro amigos escolhem um campo de futebol para  queimar a apreciar a erva proibida. Depois de fumar até a última ponta todos permaneceram por mais 30 minutos no local, apreciando o silêncio e paz do interior.

 

Quando eles se preparavam para deixar quadra e tomar o rumo de casa surge uma viatura da PM que imediatamente sinaliza para uma abordagem no grupo. Os quatro gramas de maconha que estavam guardadas dentro de um maço de cigarros foram imediatamente dispensadas em pequeno matagal. Mas isso não foi suficiente para aliviar a repressão.

 

Enquanto um policial realizava a revista pessoal, o outro vasculhava o local em busca de algum flagrante que justificasse todo esforço repressivo. No instante que era praticado a tradicional ameaça do “entrega logo para não apanhar depois” o Tira que caçava alguma coisa ilícita encontrou o maço escondido no matagal. Foi o suficiente para que todos recebessem golpes de cassetete na perna e nas costas.

 

Na delegacia os procedimentos legais, como de costume, foram conduzidos de forma bem lenta. No grupo, havia dois menores de idade que foram liberados com a chegada dos responsáveis. Os outros acabaram dormindo no corredor e foram obrigados a esperar até as 8h30 para assinar o Termo Circunstanciado e finalmente serem liberados.