4] Qual a sua opinião a respeito da mudança na legislação brasileira especificamente em relação à cannabis?
Quem conhece a história da planta no Brasil sabe do mal entendido em relação a ela no país. A erva foi proibida quando as empresas de algodão viram no cânhamo um grande concorrente, e resolveram usar suas substâncias psicoativas contra ela mesma. Desde então, o marketing negativo e a propaganda contrária ao uso do THC viraram preconceito. A maconha é classificada como droga ilícita e é marginalizada de uma forma totalmente errada. Além da dificuldade de compra e da piora da qualidade da erva comprada, surge como subproduto o tráfico e a violência desnecessária que podia deixar de existir com a legalização. Descriminalizar sempre é o primeiro passo para a legalização...
5] Você já participou da Marcha da Maconha? Conte como foi.
Já tentei duas vezes. Aqui em Curitiba, a polícia sempre chega e estraga a festa. Liberdade de expressão? Falsa democracia! Não dão ao cidadão o direito de sair de dentro da bolha.
6] Quais foram os últimos três livros que leu? E qual está lendo agora?
Ta aí uma coisa que eu adoro fazer depois de fumar um, ler. Agora estou lendo “Imagine” de Julia Baird, que é uma biografia do Jhon Lennon. Estava lendo “Sonhos Lúcidos” de Florinda Donner, e antes disso li: “Um novo mundo – o despertar de uma nova conseciência”, de Eckhart Tolle.
7] Porque você acha que merece ser eleita a Miss Marijuana 2011?
Porque todo mundo diz que não importa o meu ânimo, se eu for convidada pra fumar um meu sorriso aparece na hora. Como o pessoal da faculdade falava: Você é a menina que mais gosta de fumar no mundo! Faço deles as minhas palavras, e assino embaixo. Além disso, ano passado a tecnologia me tirou da votação, então esse ano espero que tudo dê certo!
8] Diga uma música perfeita para 4e20:
DIG-dig-dig, do Planet é a trilha sonora perfeita, amo Planet Hemp no ato da queima. Depois de crazy, sou mais um som calmo...rap leve ou um reggae, claro.
9] Desde quando você conhece o Hempadão? O que mais te chama atenção no blog?
Conheci em 2009, quando meus amigos incentivaram a minha inscrição. Gosto principalmente da hemportagem, por ser jornalista, nada melhor do que notícias sobre a erva! E adoro o Roupinha Especial, já que tenho coleção de caixinhas de seda.
10] Alguma vez você sofreu repressão policial por estar fazendo uso de substância ilícita?
Ta aí uma prova da discriminação contra a mulher. Policial acha que mulher nenhuma é capaz de comprar e enrolar seu próprio baseado, passa por uma mulher fumando e nem cogita essa hipótese. Acho que por esse motivo somado ao fator sorte fez com que eu nunca tenha sido abordada por essas inconveniências.
11] Acha que o usuário de maconha ainda sofre muito preconceito no Brasil? Você já passou por isso?
Apesar de possuirmos um velho governo, com propostas e ideias ultrapassadas, o país está evoluindo - a passos meio lentos, mas evoluindo. Acredito que a nossa geração tem um grande poder de transformação em relação a isso, levando em consideração o número de usuários que vem crescendo e os que não fumam aceitando de forma melhor essa realidade. A Argentina tem sido um grande exemplo da informação e da mente aberta, mas o Brasil ainda precisa discutir muito esse assunto. Um grande exemplo foi a marcha desse ano, pura repressão.
12] Qual a melhor opção na hora da larica?
Adoro frituras e muita coca-cola.
13] Você defende a legalização de todas as drogas? Por quê?
No final das contas, todo mundo usa o que quer usar, afinal, a palavra proibição no Brasil não significa proibido e sim um pouco mais difícil de conseguir e muito mais caro.
Não gosto de proibições, mas só defendo a legalização à partir do ponto em que se educa as pessoas, e atende as necessidades da população ao menos nos quesitos básicos. Para que o livre arbítrio decida se alguma droga lhes faz bem ou se é pura necessidade de fugir da realidade.
14] Qual sua opinião sobre drogas como álcool e crack?
O crack é o resto do resto do lixo da cocaína. Isso basta, acaba com a vida do usuário e de todos a sua volta. Acho que, se podemos classificar o crack como epidemia que precisa e deve ser varrida do país, devemos considerar o álcool uma doença crônica. O problema é que o Brasil é culturalmente a favor da bebida alcoólica, as crianças são incentivadas desde pequenas, vendo os adultos se divertirem bebendo.
O álcool parece uma droga fraca, mas é uma das maiores causas de morte no Brasil. Tem que usar com sabedoria pra não viciar forte.
15] Em quanto tempo você acha que a maconha vai ser legalizada no Brasil?
Como eu disse anteriormente, acredito que a nossa geração tem um grande poder de transformação em relação a isso, porque somos os netos de uma ditadura. A nossa geração foi criada de uma forma mais leve pelos pais que foram muito pressionados e quiseram oferecer mais liberdade para seus filhos. Também sinto nos jovens que não fumam menos preconceito e mais aceitação. Espero e luto pra que a legalização aconteça em menos de 10 anos.
16] Se fosse legalizada, você plantaria sua própria maconha ou iria preferir comprar?
E se, “supostamente”, não fosse ilegal e “supostamente” uma “amiga minha” já plantasse?