[Ed.116#] bONG: Qual o preço da liberdade para a Guarda Negligente?

por Marco Hollanda

 

Quando é preciso agir com firmeza no combate ao crime alguns policiais incorporam o autêntico estilo Fucker & Sucker. Com o maconheiro, que dificilmente possui a sagacidade marginal de um verdadeiro criminoso, a Guarda Negligente aproveita para destilar toda sua truculência e abuso de poder em nome do combate a erva proibida.

 

Diretamente do Paraná, a história começa quando nosso amigo resolve estrear o bong de vidro recém-comprado com outros camaradas de marola. Após uma rápida passagem na missão o carro onde eles estavam deu de frente com uma viatura da Rotam, com Tiras de armas em punho e ordenando que parassem o veículo.

 

Os artigos lícitos que explanam qualquer usuário logo foram encontrados. Além do bong nosso amigo transportava um dichavador, sedas e até um isqueiro em formato de maçarico. Mas dos sete que tomavam a dura, apenas dois portavam a bendita substância ilícita que justificava todo circo montado pela repressão.

 

Tentando evitar o pior para todos os dois assumiram toda responsabilidade pela erva encontrada e livraram os demais de qualquer tipo de complicação judicial. Mas, como de costume, a punição foi aplicada ali mesmo. Os 50 reais que estavam no bolso do nosso amigo se transformaram no passaporte da liberdade para os demais.

 

Uma curiosidade desta história é o fato de que um dos Tiras perguntava insistentemente se eles participavam da Marcha da Maconha. O mesmo policial ainda disse que a história poderia terminar de forma mais trágica se o local da dura não fosse tão claro e movimentado. Sem poder abusar ainda mais da farda que utilizavam, os policiais optaram por encerrar a repressão.

 

Quem nos conta esta história ainda revela que o bong sobreviveu intacto e continua sendo utilizado de forma fraterna com os bons e velhos amigos.