[Ed.116#] OnJack: Investigação no Século XX!

por Rafael Braz

 

Como se esboçou nos capítulos anteriores, a Associação Médica Americana (AMA) e as empresas farmacêuticas testemunharam contra a Lei de Taxação da Marijuana de 1937 porque era sabido que a cannabis possuía um imenso potencial médico e nunca causara qualquer dependência observada ou morte por sobredosagem.

 

A AMA e as farmacêuticas argumentavam que, uma vez isolados, os ingredientes ativos da cannabis (tais como o delta-9-THC) e determinadas as dosagens corretas, a cannabis poderia tornar-se uma droga-milagre.

Vinte e nove anos passariam, porém, antes dos cientistas americanos serem autorizados sequer a debruçar-se sobre a medicina da cannabis. O delta-9-THC foi isolado em 1964 pelo dr. Raphael Mechoulam da Universidade de Tel Aviv. O seu trabalho confirmou o do professor Taylor, de Princeton, que liderara a investigação e identificação dos precursores naturais do delta-9-THC nos anos 30.

 

Kahn, Adams e Loewe trabalharam igualmente com a estrutura dos ingredientes ativos da cannabis em 1944. Desde 1964, isolaram-se na cannabis mais de 400 compostos diferentes, a partir de mais de mil compostos suspeitados. Pelo menos 60 dos compostos que foram isolados são terapêuticos. Os Estados Unidos, porém, proibiram este tipo de investigação através da autoridade burocrática de Anslinger até à reforma compulsiva deste em 1961. {Omni, Set. 1982.)