[Ed.121#] Chapa²: Polícia Lança a Moda da Maconha Geneticamente Modificada!

A repressão ao cultivo caseiro de maconha vem levantando uma falácia até então pouco debatida: a lenda da maconha geneticamente modificada. Para imprensa, isso normalmente ocorre quando a erva apreendida não é apresentada em forma de tijolo. Foi assim o Pedrada, com a família Grossi e com o SativaLover, que ainda permanece encarcerado. Além da absurda acusação de tráfico, todos foram taxados de alquimistas a serviço do crime para produção de uma droga mais forte.

Chega-se ao absurdo de dizer que a concentração de THC é 30 vezes maior que o encontrado no prensadão tradicional. Fazendo uma matemática básica, deduzindo que a concentração média de THC seja de apenas 1%, é possível concluir que a dita maconha geneticamente modificada possui uma concentração de 30%. Com este valor a planta seria digna de receber primeiro prêmio da Cannabis Cup.

A polícia apresenta os sacos de fertilizantes e adubos comprados em qualquer loja de jardinagem como prova da alta tecnologia empregada no cultivo. Com o título de "laboratório do tráfico" as estufas são apresentadas como o centro nervoso do grandioso negócio da super maconha. Mas como é possível manter o funcionamento de um laboratório de engenharia genética sem microscópios, centrífugas e supercomputadores de análise?

Mais fantasioso que o circo montado pela repressão são as histórias apresentadas pela imprensa. Por ingenuidade ou cumplicidade os mitos lançados pela polícia são transmitidos ao grande público sem nenhum tipo de questionamento, que é elemento primordial na existência do bom jornalismo. Na outra ponta do sistema criminal a justiça segue mantendo a prisão de cultivadores, mesmo sem provas de que a maconha era comercializada.