Contra a Maconha, Polícia Coloca o Sertão em Chamas! [WeedNews #129]

por Marco Hollanda

 

Nem só da apreensão de tijolos vive a guerra às drogas. No sertão Nordestino a repressão é feita dia após dia com um macabro espetáculo de queimadas das áreas de cultivo de maconha. Mesmo em tempos de consciência ecológica este tipo de ação se repetiu pelo ou menos três vezes apenas na última semana.

 

Na lendária Cabrobó, em Pernambuco, formam incinerados 14 mil pés que eram cultivados em seis roças da Fazenda Cachoeirinha. A ação que mobilizou 20 policiais civis ainda terminou com a prisão de uma única pessoa, o agricultor Neilton dos Santos.

 

 

Na quinta-feira, também em Cabrobó, as chamas da Guarda destruíram mais 520 pés, além da apreensão de 300 sementes. No dia seguinte ação se repetiu em Santa Maria da Boa Vista (PE) com a queima de mais de 5.300 pés de maconha divididos em duas plantações. Desta vez ninguém foi preso.

 

A história do cultivo de maconha no Nordeste ainda merece abordada em um post especial. Mas é possível adiantar que a expansão deste negócio está diretamente ligada ao fracasso e descaso do governo com programas de investimento na agricultura familiar da região. Para quem depende apenas da terra para sobreviver a maconha passou a ser a única alternativa de cultivo rentável.

Usuário cultivador também alvo da polícia

 

Ainda no Nordeste encontramos outro registro da repressão implacável contra uma planta. O cultivo, desta vez em menor escala, era de um humilde agricultor do Maranhão que não teve vergonha de admitir que plantou alguns pés de maconha apenas para alimentar o próprio vício.

 

Mas ai entrou em cena o policial Célio. Se gabando de um profundo conhecimento da lei ele explicou que o cultivo é crime para o Artigo 33 (tráfico). Assim, ele desprezou o primeiro parágrafo do Artigo 28, que classifica como usuário quem “semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.”

 

O vídeo abaixo é um autêntico e triste espetáculo de criminalização da pobreza. Histórias como esta devem ser preservadas e apresentadas as próximas gerações!