Entre Sedas e Celas – Clínicas de Recuperação?! [Adão e Erva 130#]

Eu já passei da escola pra ficar em recuperação. Adão é humor e amor. Nasceu assim, como editoria literária e cômica mas com sensação libertária e cósmica. E é bom assim. São 130 semanas de Hempadão, e Adão já produziu mais de 120 textos nessa joça. Adão é milenar e capina nessa roça. Estudou muito antes de fumar o primeiro baseado e depois que começou a sofrer as dores da perseguição – traumas da proibição – já tinha cansado de debater e bater com ideias de vanguarda pra cima do discurso da guarda. Adão gosta de ler, gosta de lar. Sua mente fumegante fuma e garante: não vou para a clínica por causa do meu remédio.

 

Tem gente que não pode consumir cannabis, tem outros que precisam disso. O que ninguém necessita é sofrer ou chorar só por achar que o filho é doidão. E o que quero dizer tem razão, contexto e explicação. Muito mais do que recuperação, é necessário pensar, sobre a clínica, a repercussão. Tudo bem que o bicho de 7 cabeças é algo do passado, mas quantos não foram pelo menos marginalizados? Certamente alguns se não internados, pelo menos ameaçados. Um pai muito doido pode fumar um com seu filho, se ele tiver na idade. Outro pai, muito louco, pode resolver internar contra vontade seu rebento – só por fumar maconha.

 

Imagina se todos os maconheiros das universidades federais brasileiras fossem parar em tratamentos forçados contra usuários da erva! Ia faltar profissional em tudo que é área. Mas ia sobrar clínicas, porque hoje em dia já dá para perceber a quantidade delas, não? Aparecem ali no adsense, gastando dinheiro para pescar pacientes. Fazem lobby para o drama da família ao invés de ensinar o caminho de menor sofrimento – o do diálogo franco e a informação.

 

Algumas não cobram nada, mas ganham rios de dinheiro de repasses públicos. Outros são privadas, literalmente ou não, e podem cobrar os olhos da cara pela sua abstinência. E sabe o que é pior: tratamentos para drogas como o crack nem devem incluir a abstinência total sob pena de morte, ou simplesmente fuga ou recaídas. Mas, que saídas? Se recai, que pena, repaga.

 

Imagina se fossem internados todos os músicos, atores e artistas que fumam maconha. As clínicas viraram olimpos comparados tão somente ao paraíso onde nesse momento fazem fumaça tanto Bob quanto Raul. Se me mandar buscar tratamento, eu mando tomar cuidado, “pode ser você que está pirado”, pior do que eu – louco, surtado! Pedindo ajuda de deus contra o stress e vendo novela.

 

Nós não podemos pedir para o leitor do Hempadão que ele clique nos anúncios de casas de recuperação, nem outro qualquer. Mas também não podemos impedir. Portanto, se vocês quiserem saber como funciona o comércio universo da saúde clínica dos dependentes, basta seguir o caminho do cardápio variado ali ao lado. Imagino que a contratação para webmasters de clínica de recuperação exija experiência na criação de sites de hotel.

 

Eles cobram mensalidade a partir de 1.100 reais. Pra quem acha que a cura não tem preço, tente apreço. Redução de danos com maconha já devia ter instituição e endereço, mas não. Por isso nossa peleja diária é por informação. E quem puder ajudar é amigo de Adão.