O dia que o Cânhamo saiu da Ilegalidade nos EUA [CannaBusiness Ed. #127] Jogos de Guerra!

Proibida nos Estados Unidos no ano de 1937 a maconha ficou pouco tempo na ilegalidade. Mas a revisão da proibição não teve nada de romântico, já que a medida não passava de uma estratégia de combate para a Segunda Guerra Mundial. Assim, no ano de 1942 o governo norte-americano passou a incentivar o cultivo de cânhamo – que não serve para fumar por conta da baixa concentração de THC - dentro do seu território.

 

Para os desavisados é preciso lembrar que a fibra da cannabis é de longe a mais resistente a deterioração da água do mar. Só que isso os chineses já sabem desde que o Mundo é Mundo. Portugueses e espanhóis, ainda no século XV, já utilizam o cânhamo nas velas e cordas de suas lendárias caravelas que cruzaram o Oceano Atlântico.

 

 

Para as forças armadas norte-americanas a fibra de “incontáveis usos marítimos” era utilizada principalmente no cordame dos navios, reboques, para os sapatos de milhares de soldados e até na fabricação de pára-quedas. Alguns navios de guerra chegavam a utilizar 60 toneladas de cânhamo na estrutura de armação e cordame.

 

Neste contexto, o governo dos Estados Unidos esqueceu temporariamente a proibição e passou a incentivar o cultivo da planta que tinha recebido o título de Erva do Diabo. A campanha foi tão fantástica que os fazendeiros que aceitavam mudar de cultivo receberam o título de “agricultores patriotas”. Assim, ainda no ano de 1942 foram colhidos 56 mil metros quadrados de fibra de cânhamo.

 

Mas alegria durou pouco. Com o fim da guerra a proibição ao cultivo da cannabis foi restabelecido e o glorioso cânhamo voltou para marginalidade. Seu potencial têxtil foi renegado e substituído massivamente pelo algodão, uma agricultura campeã na utilização de agrotóxicos. No campo energético os derivados do petróleo ganharam força e o reflexo disso está nos problemas respiratórios de nossos leitores.