Polícia Contra um Único e Pequeno pé de Maconha! [WeedNews Ed.128#]

por Marco Hollanda

 

É chato ficar batendo toda semana na mesma tecla, mas a polícia não dá um descanso nas ações espetaculares de guerra às drogas. O caso da vez aconteceu em Fátima do Sul (MS), onde os homens da lei convocaram a imprensa local para anunciar a apreensão de um único pé de maconha que era cultivado dentro da residência de um casal. Felizmente, os dois foram autuados como usuários (art. 28).

 

Na delegacia, o jovem de 19 anos disse que cultiva a planta para fins medicinais, já que ele ouviu dizer que a maconha era eficaz no tratamento de dores musculares. Mas aí entrou em cena o delegado Messias Furtado de Souza. Com um profundo conhecimento canábico e perícia investigativa, ele soltou a seguinte pérola:

 

 

“Pelo que apuramos o cultivo da maconha foi quase que uma atitude ingênua do rapaz, provocada pela desinformação. Por isso, foi lavrado apenas um termo circunstancial de ocorrência por porte de entorpecente para consumo pessoal e o caso encaminhado para o Judiciário”, explicou.

 

Pelo menos desta a vez a ignorância e desinformação (do delegado, é claro) serviu para aplicação da lei de forma correta. Afinal, não são raros os casos de autoridades policiais dizendo que 10 ou 15 pés são suficientes para abastecer o tráfico de toda uma região.

 

Engarrafamento é justificativa para reprimir coffee shops na Holanda

Tem muito careta-reacionário dizendo por aí que a legalização não funciona. Outro argumento muito comum é de que a Holanda está revendo sua política libertária e voltando para o campo proibicionista. Mas não é bem assim que a coisa acontece.

 

Na prática, a única cidade que endureceu o acesso aos coffee shops foi Maastricht, no sudeste da Holanda. A partir de outubro, a entrada nos 14 estabelecimentos da cidade estará restrita a holandeses, belgas e alemães. Só que os argumentos em defesa dessa restrição - que deve reduzir em apenas 20% o turismo canábico da cidade – passam longe da problemática médica do uso de drogas.

 

"Uma pesquisa revelou que os clientes que vêm de países com fronteira utilizam muito mais os transportes coletivos e, portanto, não provocam, por exemplo, problemas no trânsito", disse Marc Josemans, presidente da associação de coffee shops da cidade.

 

Se cada cidade dos países vizinhos tivesse seu próprio coffee shop o problema estaria resolvido, certo?