por Cacá R. Müller
É indelével que há uma considerável identificação entre os apreciadores da cannabis sativa. Em um movimento de quase homogeneização, os membros desta “tribo” se conhecem e reconhecem.
Segundo Émile Durkheim, há um inconsciente coletivo que cria (ou que é criado por) verdades sociais que são aceitas pela maioria e definem o que é ser “normal” dentro de uma determinada sociedade. Dentro desta definição, Durkheim diz que o ser humano pode possuir dois tipos de solidariedade, a orgânica e a mecânica. Esta deriva da identificação entre as pessoas dentro de um contexto social e fortalece o inconsciente coletivo, ao passo que as pessoas agem dentro de um padrão, na razão inversa de suas personalidades. Já a solidariedade orgânica advém da própria consciência individual, em grupos nos quais as pessoas não se identificam entre si, típico da nossa sociedade contemporânea e capitalista. Nesta sociedade não há a identificação de seus membros como semelhantes, pois são pregados valores de individualidade entre as pessoas.
Os membros de um grupo social que utiliza a Maconha de forma psicotrópica passam a adotar um padrão de comportamento, derivado de um padrão de pensamento que é estimulado pela Santa Erva. Também a necessidade de união pela luta de sobrevivência (numa sociedade em que há o desejo de extinguir esta prática que os une) gera a necessidade de seus membros se unirem e se protegerem, não mais dentro das particularidades de cada um, mas sob a égide deste inconsciente coletivo, tal como faziam as primeiras sociedades pré-capitalistas.
A partir daí entendemos a coesão de ideias que os usuários da Maconha possuem. Este padrão de raciocínio deriva da própria necessidade de sobreviver. O que chamam de “tribo urbana”, na verdade é uma contracultura, um movimento de união pela sobrevivência, em que seus membros buscam a solidariedade, pautada na identificação. O maconheiro, em si, não é só ele, mas sim um grupo, um bando que precisa sobreviver dentro da hostil selva de pedras. Daí a necessidade da união e da luta. Observe, reflita, pense, critique, evolua e mude o mundo.
Irado. Puta que pariu! Irado!
ResponderExcluirÓtima análise, sério, parabéns!
ResponderExcluirAI NA MORAL OLHANDO NOS OLHOS DE QUEM FOR: MACONHEIROS VAMOS NOS UNIR !!!!!!!!!!
ResponderExcluirPORTO ALEGRE CANÁBICAAA
74 milhões de proibiciopatas 'financiando o crime'.
ResponderExcluirhttp://www.jb.com.br/economia/noticias/2011/09/19/consumo-de-produtos-piratas-cresce-entre-as-classes-a-e-b/
é proibisquizofrênico.
ResponderExcluirPsicopata é um ser inteligente porém cruel.
Então psicopata não se encaixa nesse perfil. ;)
O mundo é capitalista, infelizmente...
ResponderExcluiro pior disso tudo é: se um dia eles souberem o poder que essa erva tem, vão querer ganhar dinheiro em cima disso. E podem saber que vão conseguir. O que precisa é de legalização consciente, algo que é meio improvável e todos nós sabemos o porque.
Tava na brisa qndo escreveu isso certezaa ! mas concordo tb
ResponderExcluirboto fé...
ResponderExcluirConcordo com tudo isso ai, mas como alguém dai de cima falo, eles vão abusar de uma coisa que não deveria ser tratada como um produto...
ResponderExcluirartigo foda! só sequelou no retrato, q é de max weber, e não de durkheim rsrs acontece!
ResponderExcluirtextinho tipico de botequim de esquina de faculdade..
ResponderExcluirbestial.
Achei muito, muito bom!
ResponderExcluirVou até salvá-lo no word. Realmente , a erva nos une , ao contrário resto do mundo , que pensa em apenas aparecer e ser mais que os outros. Vamos continuar na luta , mais unidos ainda!
Se tá falando de Durkheim, por que botaram uma foto do Weber aí? E considero a identificação dos maconheiros mais como uma meta do que como uma realidade. A identificação é, e não sei porque não seir,a limitada ao caráter de união pela luta de direitos. Culturalmente, acho que os maconheiros são (ainda bem) extremamente distintos. Acho ótimo a iniciativa de trazer as ciências sociais para o debate. Up!
ResponderExcluirSuper Liberal o texto, esse discurso homogeneizante me enoja. Infelizmente, não são todos os maconheiros que se reconhecem ou todos que respeitam uns aos outros ou mesmo se autodefendem. Temos de encarar a dura realidade que estamos vivendo num mundo individualista que prega a competição e a desonestidade. A Tribo "Maconheiros" não esta fora deste mundo, e temos de nos ater e refletir sobre isto. Sairmos destas perspectivas liberais de defesa do uso recreativo e médico da cannabis.
ResponderExcluirNOSSA TEXTO LINDO!
ResponderExcluira ideia do texto é legal, mas essa foto é do Max Weber!!
ResponderExcluirExiste sim essa união inconsciente. Ela é a coisa mais linda.
ResponderExcluirAgora que eu parei pra pensa, essa coletividade deveria existi com relação a qualquer contexto. Já identifiquei involuntariamente vários tipos de inconscientes coletivos, mas a "união dos maconheiros" é um dos mais bonitos por dois motivos:
Um maconheiro cria automaticamente um sentimento de afeto pelo outro, mesmo que ambos nem se conheçam. Ou seja, um sentimento inconsciente puro. Lindo.
O outro motivo é que essa união diz respeito, acima de tudo, a sobrevivência e a liberdade. Novamente, puro, lindo.
Que lição. Nós temos que refleti mais sobre nossos pensamentos inconscientes e involuntários.
Texto F-O-D-Á-S-T-I-C-O
Nossa, ótimo artigo! Trabalho com geografia cultural e essa pira de consciência coletiva é muito foda. Parabéns!
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