segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Solidariedade Canábica – 35ª Edição [Baseado na Lei 134#]

por Cacá R. Müller

 

emile_durkheimÉ indelével que há uma considerável identificação entre os apreciadores da cannabis sativa. Em um movimento de quase homogeneização, os membros desta “tribo” se conhecem e reconhecem.

 

Segundo Émile Durkheim, há um inconsciente coletivo que cria (ou que é criado por) verdades sociais que são aceitas pela maioria e definem o que é ser “normal” dentro de uma determinada sociedade. Dentro desta definição, Durkheim diz que o ser humano pode possuir dois tipos de solidariedade, a orgânica e a mecânica. Esta deriva da identificação entre as pessoas dentro de um contexto social e fortalece o inconsciente coletivo, ao passo que as pessoas agem dentro de um padrão, na razão inversa de suas personalidades. Já a solidariedade orgânica advém da própria consciência individual, em grupos nos quais as pessoas não se identificam entre si, típico da nossa sociedade contemporânea e capitalista. Nesta sociedade não há a identificação de seus membros como semelhantes, pois são pregados valores de individualidade entre as pessoas.

 

 

Os membros de um grupo social que utiliza a Maconha de forma psicotrópica passam a adotar um padrão de comportamento, derivado de um padrão de pensamento que é estimulado pela Santa Erva. Também a necessidade de união pela luta de sobrevivência (numa sociedade em que há o desejo de extinguir esta prática que os une) gera a necessidade de seus membros se unirem e se protegerem, não mais dentro das particularidades de cada um, mas sob a égide deste inconsciente coletivo, tal como faziam as primeiras sociedades pré-capitalistas.

 

A partir daí entendemos a coesão de ideias que os usuários da Maconha possuem. Este padrão de raciocínio deriva da própria necessidade de sobreviver. O que chamam de “tribo urbana”, na verdade é uma contracultura, um movimento de união pela sobrevivência, em que seus membros buscam a solidariedade, pautada na identificação. O maconheiro, em si, não é só ele, mas sim um grupo, um bando que precisa sobreviver dentro da hostil selva de pedras. Daí a necessidade da união e da luta. Observe, reflita, pense, critique, evolua e mude o mundo.

18 comentários:

  1. Irado. Puta que pariu! Irado!

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  2. Ótima análise, sério, parabéns!

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  3. AI NA MORAL OLHANDO NOS OLHOS DE QUEM FOR: MACONHEIROS VAMOS NOS UNIR !!!!!!!!!!

    PORTO ALEGRE CANÁBICAAA

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  4. 74 milhões de proibiciopatas 'financiando o crime'.

    http://www.jb.com.br/economia/noticias/2011/09/19/consumo-de-produtos-piratas-cresce-entre-as-classes-a-e-b/

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  5. é proibisquizofrênico.

    Psicopata é um ser inteligente porém cruel.
    Então psicopata não se encaixa nesse perfil. ;)

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  6. O mundo é capitalista, infelizmente...
    o pior disso tudo é: se um dia eles souberem o poder que essa erva tem, vão querer ganhar dinheiro em cima disso. E podem saber que vão conseguir. O que precisa é de legalização consciente, algo que é meio improvável e todos nós sabemos o porque.

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  7. Tava na brisa qndo escreveu isso certezaa ! mas concordo tb

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  8. Concordo com tudo isso ai, mas como alguém dai de cima falo, eles vão abusar de uma coisa que não deveria ser tratada como um produto...

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  9. artigo foda! só sequelou no retrato, q é de max weber, e não de durkheim rsrs acontece!

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  10. textinho tipico de botequim de esquina de faculdade..

    bestial.

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  11. Achei muito, muito bom!

    Vou até salvá-lo no word. Realmente , a erva nos une , ao contrário resto do mundo , que pensa em apenas aparecer e ser mais que os outros. Vamos continuar na luta , mais unidos ainda!

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  12. Se tá falando de Durkheim, por que botaram uma foto do Weber aí? E considero a identificação dos maconheiros mais como uma meta do que como uma realidade. A identificação é, e não sei porque não seir,a limitada ao caráter de união pela luta de direitos. Culturalmente, acho que os maconheiros são (ainda bem) extremamente distintos. Acho ótimo a iniciativa de trazer as ciências sociais para o debate. Up!

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  13. Super Liberal o texto, esse discurso homogeneizante me enoja. Infelizmente, não são todos os maconheiros que se reconhecem ou todos que respeitam uns aos outros ou mesmo se autodefendem. Temos de encarar a dura realidade que estamos vivendo num mundo individualista que prega a competição e a desonestidade. A Tribo "Maconheiros" não esta fora deste mundo, e temos de nos ater e refletir sobre isto. Sairmos destas perspectivas liberais de defesa do uso recreativo e médico da cannabis.

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  14. a ideia do texto é legal, mas essa foto é do Max Weber!!

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  15. Existe sim essa união inconsciente. Ela é a coisa mais linda.
    Agora que eu parei pra pensa, essa coletividade deveria existi com relação a qualquer contexto. Já identifiquei involuntariamente vários tipos de inconscientes coletivos, mas a "união dos maconheiros" é um dos mais bonitos por dois motivos:
    Um maconheiro cria automaticamente um sentimento de afeto pelo outro, mesmo que ambos nem se conheçam. Ou seja, um sentimento inconsciente puro. Lindo.
    O outro motivo é que essa união diz respeito, acima de tudo, a sobrevivência e a liberdade. Novamente, puro, lindo.
    Que lição. Nós temos que refleti mais sobre nossos pensamentos inconscientes e involuntários.
    Texto F-O-D-Á-S-T-I-C-O

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  16. Nossa, ótimo artigo! Trabalho com geografia cultural e essa pira de consciência coletiva é muito foda. Parabéns!

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