A Crise Financeira e o Aumento do Abuso de Drogas em Portugal! [Chapa2 142#]

A crise econômica gerada pela farra especulativa dos bancos complica cada vez mais a vida do cidadão europeu. Logo, começaram a surgir dezenas de projetos mirabolantes para aliviar os problemas do bolso vazio e diminuir a tensão social. Fala-se até em legalizar as drogas para dar uma engordada nos cofres públicos. Mas vamos com calma, galera!

 

Dizer que a legalização das drogas salvaria o velho mundo da falência é uma afirmação no mínimo leviana. É bem verdade que os Estados Unidos desistiram da Lei Seca (1920-1933) dentro do contexto da crise de 1929, mas dizer que esta medida foi determinante para tirar os ianques da bancarrota é querer força a barra um pouco além do limite.

 

Mas ainda podemos analisar este problema com outra perspectiva. Com o agravamento da crise é natural que a população empobrecida busque novas fontes de rendas. É neste momento que o tráfico de drogas torna-se sedutor aos ditos homens de bem do Velho Mundo. Ainda mais grave é o fenômeno do aumento de consumo de medicamentos controlados e bebidas como forma de aliviar os dramas psicológicos gerados pelo endividamento.

 

É exatamente este cenário que vem sendo notado pelo Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) de Portugal. "Provavelmente haverá algum decréscimo dos usos recreativos, mas o uso problemático pode se agravar retornando aos níveis registrados há 10 ou 15 anos. Isso porque as pessoas tendem a aumentar o consumo de álcool, tranquilizantes, antidepressivos e outras substâncias como a heroína, que está classicamente associada a este tipo de situação", explicou o presidente do IDT João Goulão.

 

Para piorar a situação os irmãos lusitanos ainda vão sofrer com o corte de verbas destinados ao IDT, que deverá ser extinto e transformado em Serviço de Intervenção dos Comportamento Aditivos e Dependências (SICAD). O próprio João Goulão confirmou em entrevista a RTP que será difícil manter a qualidade dos tratamentos com a redução de orçamento.

 

Não custa lembrar que o IDT é uma peça importante na tão elogiada política de descriminalização das drogas de Portugal. O fechamento das portas do Instituto não muda a legislação lusitana mas enfraquece o projeto de construção de uma política de de drogas mais racional. Mas a salvação de banqueiros parece ser mais importante que todos os problemas relatos neste texto.