quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Casas Taiguara – Instituição e Filme! [Hemportagem 150#]

Hoje quem nos escreve é o co-diretor do filme Casas Taiguara. A Hemportagem confissional de Jorge Mendes ao ter passado por esse experëncia refelete um trabalho interessante que pode ser assistido no final deste post. Leia, reflita, assista, sintonize-se:

 

“Quando fui chamado para realizar esse projeto eu não tinha noção do que encontraria pela frente. Tanto no lado humano quanto no profissional. Achei que seria um simples filme institucional, apenas mostrando o trabalho daONG. Eu estava encarando apenas como um trabalho mesmo. Mas após algumas reuniões de pauta percebi que esse é um assunto que merecia mais atenção do que qualquer outro trabalho comum.

 

 

Com uma parceria com a agência Fess’Kobbi Comunicação, e a produtora Proeza Filmes, a pauta foi desenvolvida e começamos a produção. Fomos gravar em todas as unidades das Casas Taiguara, e conhecer o dia-a-dia dos jovens que estão morando lá ou que passaram por lá. E foi uma experiência incrível. Espero que o filme seja capaz de passar o mínimo do sentimento que eu tive ao entrar na casa e conhecer todas aquelas crianças e jovens. Não pensem que esse sentimento é dó. Não. Acho que não vou saber classificá-lo corretamente até porque é uma mistura tão grande de sentimentos e pensamentos, mas se fosse para eu resumir em uma palavra essa palavra seria esperança.

 

Não tem como não perceber o quanto essa organização muda a vida dessas pessoas. Nos últimos tempos tenho visto e ouvido muita informação sobre a cracolândia e pessoas em situação de rua. Alguns revoltados por terem sido assaltados ou violentados por viciados nas ruas do centro; outros apenas revoltados com a situação tirando suas conclusões em cima do que a mídia nos mostra; muitos culpando o governo, muitos culpando usuários de outras drogas por apoiarem o tráfico, e alguns culpando até o próprio usuário de crack por ter escolhido isso para a vida dele. Claro, ouvi também muitas sugestões de solução como repressão da PM em cima dessas pessoas, “prender todo mundo”, “internar todo mundo”, etc...

 

Não tenho dúvidas de que o estado deve à sociedade uma solução para a cracolândia, afinal ela surgiu de baixo do nariz desse governo. Mas me parece que o estado não tem feito nada realmente eficiente em relação a isso, a não ser lotar o centro da cidade de PM, sendo que a PM tem que cuidar do crime, do tráfico, não de usuários.

 

E o trabalho dessa ONG me trouxe esperança no sentido de uma solução. Eu percebi que existem várias formas de se ajudar essas pessoas, tanto doando para ONGs, oferecendo emprego ou uma experiência para os jovens educandos, como participando mesmo, como educador voluntário. O filme mostra alguns exemplos positivos, e acredito que os que se salvam não fogem muito desse mundo, pois está claro que reprimir e prender essas pessoas viciadas ou em situação de rua não é uma solução. O problema é que são poucas as instituições que fazem um trabalho tão eficiente, para muitos viciados e em situação de rua.

 

Fico muito feliz de ter participado deste projeto. Realmente mudou minha forma de ver algumas coisas. Não acho que a Casa Taiguara sozinha vai conseguir resolver o problema da cracolândia, ou da pobreza no Brasil, mas vejo nela uma parte da solução. Por isso foi tão gratificante realizar esse projeto.

 

2 comentários:

  1. Muito legal o projeto, isso sim faz a diferença, e não ideias simplistas e desumanas.

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  2. Realmente um trabalho lindo e bem realizado! parabens aos envolvidos e esperança para todos brasileiros.

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