Contrariamente à percepção popular, a "marijuana" não é um fenômeno com raízes nos anos 60. O cânhamo-de-cannabis faz parte da nossa herança e foi o esteio das nossas culturas mais estáveis e duradouras.
Recentes estudos psicofarmacológicos descobriram que o THC possui receptores específicos no cérebro, o que indicia a existência de uma relação pré-cultural entre o Homem e a marijuana — na verdade, a cultura humana pode muito bem ser o fruto da nossa simbiose com a cannabis.
O QUE UM NOME INDICA (Parte 2)
O texto seguinte é adaptado do escrito por Lyster Bewev para a secção sobre cânhamo do Anuário de Agricultura de 1913 do USDA, pp. 283-93:
O nome "hemp" [cânhamo], derivado do inglês arcaico "henf", começou a ser usado no inglês médio por volta do ano 1000 e pertence ainda primariamente à cannabis sativa. Também é usado para designar a fibra longa obtida dessa planta: a fibra têxtil mais antiga, mais conhecida e, até recentemente, a mais usada da Terra.
Há muito que o cânhamo é considerado a fibra longa-padrão. Nessa qualidade o seu nome acabou por ser usado corno termo genérico para todas as fibras longas, enquanto "cânhamo indiano" ou "cânhamo verdadeiro" denota a cannabis sativa. Hoje em dia os mercados de matérias-primas enumeram nomes como «cânhamo-de-manila", o abacá; "cânhamo-de-sisal", o sisal e o henequen; cânhamo-das-maurícias", a fibra Furcraea; cânhamo-da-nova-zelândia», o fórmium; "cânhamo-de-sunn, a Crotalaria e "cânhamo-da-índia", a juta. Todas estas plantas diferem do cânhamo verdadeiro em termos de aparência e valor econômico. Curiosamente, o nome "cânhamo" nunca se aplica ao linho, que se assemelha mais ao cânhamo do que qualquer outra fibra comercial.
O cânhamo verdadeiro é conhecido em diferentes línguas pelos seguintes nomes: cannabis, em latim; chanvre, em francês; cañamo, em espanhol; cânhamo, em português; canapa, em italiano; canep, em albanês; konopli, em russo; konopi e penek, em polaco; kemp, em belga; hanf, em alemão; hennup, em holandês; hamp, em sueco; hampa, em dinamarquês; kenevir, em búlgaro; ta-ma, si-ma e tse-ma, em chinês; asa, em japonês; nasha, em turco; kanabira, em sírio; kannab, em árabe.
OS PRIMEIROS UTILIZADORES CONHECIDOS DE CANNABIS
Historiadores, arqueólogos, antropólogos e filólogos antigos e modernos citam provas concretas (artefatos, relíquias, têxteis, escrita cuneiforme, linguagens, etc.) indicando que o cânhamo é uma das culturas há mais tempo praticadas pela humanidade. A indústria da tecelagem da fibra de cânhamo teve origem há 10.000 anos, aproximadamente na mesma altura que a cerâmica e antes da metalurgia.*
* Columbia History of the World, Harper & Row. NI, 1981.
No século XXVII a.C, os chineses já cultivavam "Ma" (cânhamo-de-cannabis) para obtenção de fibra, medicamentos e alimento vegetal. 3700 anos depois (circa 1000), a China chamava à cannabis "Ta-Ma", ou "grande cânhamo", para distingui-la das plantas fibrosas menores, as quais eram agora agrupadas sob o termo genérico para as fibras, "Ma". O pictograma chinês para o cânhamo verdadeiro mostra um grande "homem", indicando a estreita relação entre o ser humano e o cânhamo.
(Farmacopeia Shen Nung: Ponts'ao Ching; clássicos da dinastia Han; et al.)
Incrível obtenção! Ja vou correndo ler, de novo, textos a respeito da criminalização. É atroz estabelecer qualquer equiparação, até mesmo gramatical... Parabéns.
ResponderExcluirna verdade, a cultura humana pode muito bem ser o fruto da nossa simbiose com a cannabis.
ResponderExcluirCom certeza, aqueles macaquinhos só começaram a falar quando comeram dessa erva mágica.
http://www.youtube.com/watch?v=iNAolrMSioU
ResponderExcluirPM agride aluno na USP 09/01/2012
Parabens cara.
ResponderExcluirTexto excelente.
Show de bola.
ResponderExcluirmassa bacarai
ResponderExcluirPM agride aluno na USP 09/01/2012
ResponderExcluirhttp://youtu.be/iNAolrMSioU
o que + me impressiona são os comentarios