segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Paul McCartney e a sua Banda em Fuga! [OnJack Ed. 186#]

Timothy White entrevistou Paul Mc­Cartney, ex-membro dos Beatles, para um livro, tendo transformado a conversa num programa radiofônico intitulado "McCartney: Os Primeiros 2,0 Anos". Nessa entrevista, pediu ao compositor que explicasse a sua canção "Band on the Run" [Banda em Fuga], do álbum homônimo [dos Wings].
 
"Bem, na altura, bandas como nós e os Eagles estávamos a sentir-nos tratados como foras-da-lei e desperadoes, e a ser tratados como tal," respondeu McCartney.
 
"Quero dizer, o pessoal andava a ser preso — por causa de ganzá, imagine­-se. E essa era a única razão por que andávamos a ser presos. Nunca era nada de sério.
 
 
"E o nosso argumento era que nós não queríamos ser foras-da-lei. Que­ríamos apenas fazer parte da cena nor­mal, tocar a nossa música e viver em paz. Não percebíamos por que é que havíamos de ser tratados como crimi­nosos quando tudo o que queríamos fazer era fumar erva em vez de nos enfrascarmos.
 
"E é isso que a canção significa; foi a minha reação a toda essa cena...
E o juiz de província preconceituoso como era procurará para todo o sempre a banda em fuga"
— De "The First 20 Years", emitido na KLSX 97.1 FM (Los Angeles) e outras estações da cadeia radiofônica Westwood One, 29 de Janeiro de 1990.
 
McCartney escreveu também o fa­moso verso que ocasionou a proibição na rádio britânica da canção "A Day in the Life" [dos Beatles]: "Dei uma passa / Alguém falou e eu comecei a sonhar". Apoiante assumido da legalização da marijuana, McCartney foi detido di­versas vezes por posse de erva e esteve preso 10 dias por ocasião de uma tournée no Japão. O governo japonês cancelou os seus espetáculos e proi­biu-o de tocar nesse país, o que lhe custou milhões de dólares de prejuízo. Para seu crédito, McCartney tem continuado a apoiar os fumadores de erva.
 

 

ARMADILHAS, INTOLERÂNCIA E IGNORÂNCIA

Quando um número suficiente de pes­soas parece não estar a cometer cri­mes, a DEA e os departamentos da polí­cia recorrem amiúde a armadilhas para criminalizar pessoas insuspeitosas e de outro modo não-criminosas. Agentes do governo foram repetidamente apanhados a provocar operações de contrabando e venda de drogas e participar nelas.*

* Seção noticiosa "High Witness" revista High Times; "Inside the DEA", Dale Geiringer, Reason Magazine, Dezembro de 1986; processo-crime "La Penca" movido pelo Christie Institute; testemunhos prestados no julgamento de DeLorean, e respectivo veredito de inocência; revista Playboy, etc.

 

O resultado deste alimentar constante dos receios públicos sobre a marijuana são solicitações de verbas acrescidas para combater a "guerra às drogas" (um eufemismo para se fazer guerra a certas pessoas que escolhem livremente usar substâncias específicas) e pressão política crescente para serem autorizados meios inconstitucionais de impor leis cada vez mais severas.

 

Em Outubro de 1989, num discurso proferido em Louisville, Kentucky, pe­rante os responsáveis policiais desse esta­do, o então czar antidroga William Bennett, bededor social de álcool e viciado em nicotina, anunciou que fumar mari­juana torna as pessoas estúpidas.*

* Este é o mesmo homem que ajudou a conseguir um subsídio de 2,9 milhões de dólares para a Guar­da Nacional do Texas disfarçar os seus agentes de cactos e assim patrulhar a fronteira mexicana. Esta foi a unidade da Guarda Nacional que mais tarde abateu a tiro um jovem pastor mexicano nascido na América por ter assumido que se tratava de um imi­grante ilegal.

 

Bennett não apresentou qualquer pro­va do fato, e como o crack não fosse um problema sério no Kentucky, proclamou que era necessário mais dinheiro para a guerra às drogas devido a este recém-descoberto perigo induzido pela marijuana — a estupidez! (A qual, tanto quanto sabemos, ainda não é um crime.) No final de uma manhã de Dezembro de 1989, Bennett foi visto a emborcar um gin tônico quando tentava passar uma mensagem semelhante aos representantes das cadeias emissoras e dos estúdios cine­matográficos de Hollywood, Califórnia.

(High Times, Fevereiro de 1990.)

 

Preparem os balões e os adesivos: Em 2000, Bennett vai candidatar-se à presidência!

 

O OnJack publica, semanalmente, trechos da tradução do livro de Jack Herer, The Imperor Wears no Clothes.

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