sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Um Poema pra Daqui há Oito Semanas de Flora! [PotPoets 202#]

raro quem começou pelo green

tipo assim

não se lê livro pelo fim

e a história de cada brasileiro com a maconha

começa longe do jardim

e perto da boca

 

pra só depois... a descoberta

de que a flor é bela

longe da negritude deserta

do prensado da favela

a planta

a folha

a primeira rega

e então,

o camarão,

 

entidade coberta de resina

como não?

é assim que a vida ensina

mas o pote gasta

feito gasolina

até que percebe-se

a contragosto

[ainda sob neblina

do último fino]

que acabaram os buds

– adrenalina –

e o estoque não se abastece

 

no posto

nem na boca,

nem no dispensário,

nem no coffeeshop:

aqui é o risco de ser preso,

ou...

chore.

 

marchem para que melhore

pois dizer que achou o gren barato

é puro toy story!

o mercado é negro

da cor do produto

morreram mais seis na guerra

prenderam mais três com erva

 

maconheiros de luto

não foge do assunto

lute pelo seu consumo

ou quando menos precisar

pode se deparar fumando fungo

puxando fundo

lá no fundo do pulmão

pensando que esse fumo

viajou num caminhão

passou cada fronteira

molhou a mão do guarda

parece sina brasileira

contente-se com palha.

 

educação tá falha

saúde, há décadas, não trabalha

problemas lotam calhas

de governantes canalhas

gente que na cultura atrapalha

pois a cada batalha

a verdade embaralha

 

até parecem lutar pelo bem

mas quem faz o bem

ao dar vida eterna ao pren-pren?

pedaço que:

geralmente

não tem cor de maconha

nem cheiro de maconha

nem sequer gosto de maconha

chamam de maconha só por chamar

ou então quem sabe

um dia vão lá na ONU e se vangloriar

de terem acabado com o consumo de maconha

em quase todo o Brasil

 

- caros senhores,

eles todos acham, só acham

que fumam cannabis.

mas na verdade lucramos anos

com a importação dessa merda

do Paraguai

passa, prende, se esvai

encarece de mão e mão

nascente de corrupção

mina de ouro do estado

dono da casa que nunca cai!

 

enquanto a próxima colheita não sai

o final desse poema também não sai.

10 comentários:

  1. mto bom poema cara!! viajei e senti a dor da neblina do ultimo fino com vc!

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  2. Que viajem, é a realidade!
    hahaha próxima colheita vai render idéias ...
    no aguardo!

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  3. Piadinha pra dar umas risadas, afinal hj é sexta! Ou é pra se indignar ?

    http://coletivodar.org/2013/01/deputado-coloca-morte-de-crianca-em-operacao-contra-o-crack-na-conta-do-coletivo-dar/

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  4. nossa que bosta irmao. para de fuma p escreve

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  5. Baco Paez, o autor da editoria PotPoets do Hempa! Valeu por acompanhar, Maires..

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  6. legal. dei um boa viajada. abracos a todos

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  7. Muito bom!foi longe mesmo!

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