por Fernando Beserra
Hoje aqui no Portas da Percepção vamos falar de um artista visionário que mudou radicalmente sua vida por uma experiência com LSD junto a quem viria a ser sua esposa e companheira no campo das artes, Alyson Grey. Trata-se do famoso Alex Grey, que é o nome artístico de Alex Velzy, que nasceu em Columbus, Ohio, em 1953, filho de Walter e Jane Velzy.
Grey compôs um conjunto de 11 obras que denominou “Progresso da alma”. Foram produzidas entre os anos 1983 e 1989. São elas:
1. Praying. 1984, óleo em linho.
2. Kissing. 1983, óleo em linho.
3. Copulating. 1984, óleo em linho.
4. Pregnancy. 1988-89, óleo em linho.
5. Nursing. 1985, óleo em linho.
6. New family. 1985-86, óleo em linho.
7. Gaia. 1989, óleo em linho.
8. Journey of the wounded healer (triptych). 1984-85, óleo em linho.
9. Holy Fire (triptych). 1986-87, óleo em linho.
10. Deities and demons drinking from the milky pool. 1987, acrílico em linho.
11. Theologue. 1986, acrílico em linho.
O conjunto de obras foi estabelecido por Grey como sequência, especificando
que inicialmente elas não foram compostas enquanto tal, tampouco foram pintadas em sequência cronológica. Segundo Grey: “A seleção de pinturas que segue veio depois dos Espelhos Sagrados. Embora não pintadas como uma série, elas foram arranjadas para insinuar uma evolução na auto-consciência”. A jornada expressa por Grey demonstra as aproximações entre corpo e a experiência numinosa, em seus aspectos emocionalmente intensos, através de momentos marcantes na vida de uma pessoa, do beijo, passando pelos aspectos da maternidade, a constituição de uma família, a oração, a iniciação (morte-renascimento), o enfrentamento da sombra até a atitude espiritual e consciência da dualidade de relações do homem com o mundo.
As pinturas de Grey, segundo Larsen, visam servir “[...] à causa da iluminação religiosa. Elas são terapêuticas em intenção, como a religião o é em seu melhor”. Essa forma de organização da pintura pretende reunir corpo e psique, a dimensão da anatomia a uma que Grey entende como sutil, expressando o que ele acredita ser uma visão integral do ser humano.
Além de compor um conjunto de obras visuais que denominou Progresso da Alma, Grey (2008) escreveu uma poesia com nome análogo. Segue um pedacinho da tradução aqui para o Hempadão. Saca só:
Progresso da Alma (GREY, 2008, p.122)
Nós encarnamos
E nosso corpo cresce
Dos mitos mágicos e fantasias da infância
A realidade adulta
Mas cada um de nós
É uma expressão única e total da criatividade universal
Nós somos cada um uma forma da arte de Deus
Em um cosmos de bilhões de galáxias
E em uma galáxia de bilhões de estrelas
Há um planeta com bilhões de pessoas
O único que sabemos
E cada respiração é um milagre
Nosso coração bombeia
Nós vemos, nos tememos, nos saboreamos
Nos tocamos nosso mundo
E algumas vezes nos esquecemos
A pura maravilha de nossa breve jornada na Terra
Há momentos quando vemos
Além da opaca brevidade da vida
Muito bom o trabalho dele, é incrivel saber que foi depois de um experiencia com LSD...
ResponderExcluirGenial
ResponderExcluirarte pura
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