[Ed. #21] Chapa2: 10 pés contra 100 homens..!

Mil pontos para a humanidade!

É isso mesmo que você está vendo, a imagem não nega. Trata-se de um policial regando pés de cannabis, mas calma, não é isso que você tá pensando. Não trata-se de nenhuma medida para produção indoor que visa os homens da lei, na verdade, pelo contrário. Trata-se sim de uma operação policial que obteve sucesso ao desarticular uma estufa para plantação de maconha, no alto do morro de São Carlos, zona norte do Rio de Janeiro.

Adão já havia falado, no seu surto filosófico religioso da praia, que as vezes a polícia faz trabalho de jardinagem. O inspetor da Civil disse que já tinha visto refinaria até de cocaína, mas produção assim de maconha, nunca! Em 22 anos de polícia…

Pois é, o Rio de Janeiro importa. Mas imagina se vira moda, doutores! Se, como em países tipo Canadá e o próprio EUA, traficantes agilizassem vasos e adubos, entocassem a produção em casarões de luxo ou tuneis subterrâneos pra plantar uma erva sagrada, droga ilícita mais consumida do mundo. E depois vender caro, para pagar a infraestrutura necessária pra manutenção da ilegalidade.

Fora dos morros e favelas, muitos usuários de maconha pagam impostos e, no Rio de Janeiro, sempre um pouco mais dessa verba será destinada à polícia. Paga-se à polícia e ao bandido. A nota que se deu na marica, no fim da semana pode estar no bolso do polícia, no remédio pra comunidade ou na nova aquisição de armas. Tudo porque resolveram prescrever sobre uma erva. Se os cem usuários que comprariam a produção desse morro, tivessem em suas casas cada um seu próprio pé de cannabis, a sociedade correria algum risco?

Catarse! Um ciclo ininterrupto que remete a baixo, ao declínio de sua própria prática. A proibição é uma erro histórico que está sendo reivindicado. Não queremos mais pagar salário de policiais competentes, posto que treinados e bem sucedidos na operação, para regar e após queimar – literalmente – pés de uma espécie qualquer. Muitos países liberaram o cultivo e ainda não se arrependeram. Com 20 anos de vida, qualquer jovem holandês já viu uma bela plantação de cannabis. Lá existem muito menos usuários do que no berço da proibição, os EUA. Para quem não viu o vídeo, tá ae, chega a ser engraçado: