[Ed. 32#] O Prensador: Não compre, Plante! Mas não é mole…

por Rodrigo Rodriguez

Atenção: Este blog e o autor desta infeliz editoria não incentivam o consumo,  plantio ou venda de qualquer tipo de droga ilegal. Então vai tomar uma cerveja e acender um cigarro!

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“Não compre, plante!”. Todo maconheiro de responsa já ouviu ou mesmo proferiu essas palavras, mas você meu amigo canábico, já tentou plantar?

Nesse mundo violento e cada vez mais evangélico em que vivemos, conseguir arrumar um pouco ou mesmo muito, de sua droga ilícita favorita anda cada vez mais complicado. As bocas de fumo andam cada vez mais "sujeira" e ninguém quer sair dando mole pra dureza. Eu, como usuário de maconha, só me sinto "criminalizado" na hora de comprar. Toda aquela tensão em conseguir a parada e ainda ter que chegar em casa são e salvo e guardar seu remedinho as sete chaves naquele lugar que você pensa que ninguém vai achar. Ou numa infelicidade da vida ser surpreendido pelos "gambés". Putz! A última coisa que qualquer maconheiro quer é levar uns tapas na cabeça e ficar choramingando: "Só vim pegá cincão, dotô!" pra qualquer policial reacionário por aí.

Mas o que fazer? Chega uma hora na vida de todo aspirante a Marcelo D2 em que  ter maconha a mão é cada vez mais necessário. Munido de filmes como "O Barato de Grace" e cantando mentalmente o trecho de "Faroeste Caboclo" em que diz: "Elaborou mais uma vez seu plano santo e sem ser crucificado, a plantação foi começar", (claro que eu não queria começar nenhuma plantação) comecei com um pezinho.

Minhas experiências como "fazendeiro verde" nunca deram muito certo. A primeira vez que plantei, segui os passos que aprendemos na escola por volta da segunda ou terceira série e, assim como o feijão, eu plantei minhas sementinhas no algodão. Fiz tudo direitinho por 2 semanas e nada. Quando foi na terceira semana eu esqueci de regar e o vento levou o algodão seco do pires de café. Minha segunda tentativa foi melhor, mas não menos frustrante. Plantei, seguindo a lógica do feijão outra vez, e depois de 3 semanas tive resultado. Um lindo pezinho brotou daquele, já amarelo, algodão. Parecia que estava presenciando o nascimento de um filho. Nunca esquecerei suas primeiras folhas serrilhadas e de 5 pontas, seu caule fino e verdinho, suas pequenas raízes. Cuidei daquele broto com todo amor e  carinho que pensei nunca ter coragem de faze-lo nenhum mal. O que durou apenas uma semana, já que na "seca", a primeira coisa que fiz foi arrancar do algodão, colocar no microondas, picotar com a tesoura e fumar. Matei e esquartejei um  filho. Pra quê? Pra nada... Nem deu onda. 

Na minha terceira e última tentativa estava decidido. Fui até uma floricultura, comprei um vaso, escolhi a terra e fiquei na dúvida com relação ao adubo. "Nesse preço, eu prefiro fazer cocô na terra e criar meu próprio preparado de bosta com terra" - pensei. Temi pelas minhas sementes cuidadosamente escolhidas de uma parada que ficou conhecida por aqui como "Alecrim" e acabei comprando o adubo. Chegando em casa, por uma infeliz coincidência do destino, fiquei sabendo que um dos atores de Harry Potter havia sido preso com plantinhas em casa. Nesse  momento "re-caiu" a ficha. "Putz! Como maconha ainda não está legalizada no Brasil, plantar é crime. Fudeu!" Então desisti do meu sonho de ter uma enorme planta em meu apartamento. E como não tenho coragem de gastar rios de dinheiro com energia elétrica plantando dentro do armário, a minha saída é ensaiar um belo "Foi a primeira vez que vim comprar esse troço dotô. Juro que nunca mais faço isso e volto pra igreja amanhã."

Infelizmente, creio que estamos mais perto de legalizar os bingos do que legalizar a maconha. Ponto pros velhinhos. E você, compra ou planta? Vá prensando!

Nenhum humorista maconheiro foi ferido durante a realização desta editoria.

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