[Ed. 34#] O Prensador: Seda sem Recheio! E agora, Maria?!

por Rodrigo Rodriguez

Porque será que quando você não tem nada no seu kit maconheiro sempre acaba escutando "Malandragem dá um tempo" do saudoso Bezerra da Silva? Parece uma piada do acaso para fazer com que você (no caso eu) se sinta ainda mais miserável. Sim, porque pior do que enfrentar os perigos de uma boca de fumo, as desventuras de uma larica ou mesmo ter que apertar um com papel de pão, é ficar sem maconha. 

Todo ano é a mesma coisa, a policia faz o seu trabalho na repressão ao tráfico de drogas e nós maconheiros acabamos passando alguns período de seca. Mas o que pode ser pior que estar sem beck? Também não sei. Penso que uma guerra nuclear ainda é fichinha perto de problemas como abstinência de cannabis. Não tem coisa mais desagradável do que ficar "de cara". O mundo se torna tão, tão, tão realisticamente real que dá medo. Mas o que fazer? Ir no primeiro boteco que encontrar e encher a cara de cerveja? Pode ser, mas acaba sendo um jogo de perde  e ganha. Você ganha uma bela ressaca e sempre pode perder a carteira de motorista. Que tal usar outras drogas? Eu acho uma grande inverdade quando dizem que maconha é a porta de entrada para outras drogas. Eu por exemplo já assistia a Globo antes mesmo de começar a fumar baseado. No meu caso, eu passei de uma droga pesada para uma bem mais leve.

"Vou apertar mas não vou acender agora..."

Apertar o que? Desespero total é quando nem no cemitério de pontas você encontra uma saída. "Meu cemitério já foi violado", pensei. "Só tem os papeis das pontas abertos. O que fazer?". A resposta é simples: beck de papel. Quem é que nunca (no desespero, claro) pegou uma tesoura e picotou aquele papel amarelo cheio de THC? Quem é que nunca raspou seu triturador atrás daquela última poeira ou  mesmo quem é que nunca lixou o indicador e fumou a parte amarela dos dedos? O chato é que beck de papel até dá uma onda, mas queima muito rápido e eu sempre pensei que se queimar rápido era uma exclusividade apenas do Théo "bote um" Becker.

Me despeço por hoje indo atrás de amigos salvadores da pátria, até porque se ficar muito tempo sem é bem capaz que eu arrume um emprego, constitua família e vote no José Serra. Então saio de casa treinando um sonoro: "joga um na minha aê brother?" pra ver se vejo o mundo de uma forma menos extrema-direita.

E você quando está na seca, o que faz? Segura a onda (nesse caso, não é bem a onda que eu gostaria de segurar) ou azara os amigos?

Prensaê.