sábado, 20 de março de 2010

[Ed. #55] ErvaMundi: A Cultura da Maconha na... Colômbia!

Hoje o ErvaMundi, a editoria que nunca consegue entrar na hora marcada, vai viajar pra um pico alto do tráfico internacional de drogas. Nós começamos nossa rota pelo Afeganistão - só pra quem tem boa memória - na nossa edição número #09, e depois seguimos pela fila alfabética de letras, passamos por mais de 40 países e caímos na Colômbia! Por aqui o porte de maconha e outras drogas é permitido em pequenas quantidades, desde a década de 70. O ex-presidente César Gaviria, diz: "descriminalizar é apenas parte da solução. É preciso fazer o que os europeus estão fazendo com os cidadãos que desenvolveram o vício: tratando-os como um problema de saúde pública e ajudando para que não se transformem em criminosos”.

A alegação da Corte Constitucional do país teve a sagacidade plena de defender o direito ao livre desenvolvimento da personalidade, garantindo assim a possibilidade de escolha pessoal de usar ou não a erva. Acredita-se que muito desse posicionamento é devido ao tanto que a Colômbia já sofreu pelo poder paralelo que se articula pela economia do tráfico internacional. Mas apesar da influência da política de "tolerância zero" dos EUA, por aqui a maconha foi largamente utilizada pelas classes populares no alívio de dores de reumatismo e artrite. Era comum levar aos postos policiais um frasco de álcool para que acrescentassem maconha apreendida e assim fabricar um emplasto usado como remédio.

Com a despenalização, o costume de fumar maconha com finalidade analgésica aumentou. Embora haja essa cultura, na Colômbia assim como em toda América Latina não há regulamentação para o uso terapêutico da erva. Em relação às políticas de segurança a complicação é bastante séria, talvez maior do que a brasileira, já envolve muito mais peso internacional e pressões devido à atividade de exporação de droga diretamente para os EUA. O narcotráfico produziu na Colômbia uma concentração de renda absurda, como diz o economista Salomón Kalmanovitz: "As exportações de maconha e cocaína têm sustentado, durante os últimos 15 anos, o acelerado desenvolvimento de uma burguesia gangster que minou a hegemonia econômica dos grupos financeiros de base oligárquica, superando também gerações mais recentes de empresários, ao obter em menos de uma década um patrimônio equivalente a pelo menos 30% da riqueza que possuem todos os colombianos dentro e fora do país, acumulada ao longo de mais de 100 anos de história contemporânea".

Pena que a atual presidência, assumida por Álvaro Uribe, não seja tão legalize quanto a passada. Assim como o nosso presidente Luís Inácio Lula, o presidente da Colômbia recentemente se mostrou contrário a onda de legalização das drogas. Segundo eles, isso não ajudaria a conter o consumo. Opinião superficial  para dois chefes de estado, não? Mas a preocupação do colombiano é mais fácil de ser entendida, não em relação à maconha, que é idealizada pelo usuário como objetivo autosustentável, mas às outras drogas. Diz Uribe: "o terrorismo se alimenta do consumo e da produção de drogas. É muito difícil para a Colômbia acabar com a produção de drogas se o mundo a legaliza através de seu consumo".

Do ponto de vista turístico da coisa, segundo informações dos que já foram à Bogotá, é fácil encontrar a ganja em qualquer lugar, basta perguntar no centro da cidade. Pode ser perigoso caso você seja um estrangeiro, mas é pior se for americano. O melhor point, no entanto, dizem ser a Faculdade Nacional ou nos parques, onde há muitos rastas. Por lá a erva é chamada de "red point" ou "colombian gold", que é o nome da música escolhida para fechar esse post em bom astral. Boas vibrações da banda Systema Solar. Semana que vem nossa viagem é para a África, mais especificamente, nosso destino é a República do Congo!

4 comentários:

  1. porra até lá é lega... e aqui no brasil essa palhaçada! revoltante mermo!

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  2. aaaa sim estigante o vídeo! pra quem gosta de skate!!!!!!

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  3. longboarding eh um tesão...tanto no mar qto no asfalto, ê saudade!!

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