[Ed. 80#] bONG: O Brasil que Ainda Coloca Maconheiro Atrás das Grades!

por Marco Hollanda

Depois de morrer de inveja do tratamento oferecido pela polícia inglesa, o bONG desta semana retorna à triste realidade brasileira. Saindo de Londres, pousamos a nave de combate à repressão em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. A história começa quando três amigos deixam uma festa às 1h30. De carro, eles circulavam pela cidade até o instante em que a viagem de volta para casa foi interrompida pelo assustador barulho da sirene. Era a polícia.

Sem nenhuma cerimônia os tiras se lançaram como ratos a procura de algo no carro. E como já era esperado, os sinais que levavam ao flagrante foram surgindo aos poucos. Primeiro o colírio, seguido do envelope de sedas e por último a humilde paranga de 10g.

Com a erva em poder da Guarda os três foram algemados e um reboque foi chamado para levar o carro, que segundo os Tiras, estaria realizando direção perigosa. Além disso, outras duas viaturas chegaram ao local para engrandecer aquela ação policial. Em outra revista no carro, foram encontrados mais 20g de maconha.

Levados para uma delegacia bem afastada do local da ocorrência, os três foram alvos de um tratamento ainda mais humilhante. Dentro da DP, sofreram agressões físicas e humilhação verbal. Às 4h o terror policial continuou quando eles descobriram que seriam transferidos para outra delegacia da cidade.

Ao chegar na outra DP, às 5h, todos foram diretamente conduzidos para uma carceragem. Vale lembrar que somente neste momento as algemas que prendiam os braços de cada um a quatro horas foram retiradas. Na companhia de presos por furto e homicídio, os personagens dessa história ainda sofreram o assédio dos autênticos advogados de porta de cadeia, que ofereciam o sonho da liberdade na forma mais mercenária possível.

Somente às 8 horas da manhã os três recebem o devido tratamento: quando puderam assinar o Termo Circunstanciado e ganhar a merecida e constitucional liberdade.