segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

[Ed.#101] OnJack: Cap. 4 Parte 6–Xenofobia Descarada!

por Rafael Braz

 

Com início da Guerra Hispano-Americana de 1898, os jornais de Hearst vinham a denunciar os hispânicos, os mexicano-americanos e os latinos. Após o confisco de 800.000 acres dos melhores povoamentos florestais de Hearst no México pelo exército mexica­no fumador de "marihuana" comandado por Pancho Villa,* estas calúnias intensi­ficaram-se.


* A canção "La Cucaracha" conta a história de um dos homens de Villa que andava à procu­ra do seu saquinho de "marijuana para fumar"!


Ao longo das três dé­cadas seguintes, Hearst pintou ininterrupta­mente a imagem do mexicano  preguiço­so fumador de erva — que ainda hoje é um dos nossos mais insidiosos preconcei­tos. Simultaneamente, Hearst levou a cabo uma campanha de difamação racista contra os chineses, referindo-se-lhes como o "Peri­go Amarelo" Entre 1910 e 1920, os jornais de Hearst afirmavam que a maioria dos inci­dentes em que negros eram acusados de violar mulheres brancas estavam diretamente ligados à cocaína. Isto conti­nuou durante 10 anos, até Hearst de­cidir que afinal quem andava a violar as mulheres brancas não eram "Pretos enlouquecidos pela marihuana" e sim pela cocaína.

 

Virtualmente todas as grandes empresas proprietárias de povoamentos florestais, bem como as celuloses e as grandes cadeias de jornais, aprestavam-se a perder milhares de milhões de dólares e talvez a entrar em falência.

 

Os tabloides sensacionalistas de Hearst e outros magnatas da imprensa faziam manchetes histéricas sobre notícias repre­sentando os "Pretos" e os mexicanos co­mo bestas frenéticas quando estavam sob influência da marijuana, tocando música "vodu-satânica" anti-branca (o jazz) e lançando desrespeito e "depravação" sobre o público leitor predominante­mente branco. Outras ofensas do gênero resultantes desta "onda de crimes" in­duzida por drogas incluíam; caminhar na sombra de homens brancos, olhar pessoas brancas diretamente nos olhos durante três segundos ou mais, olhar duas vezes pa­ra uma mulher branca, rir de uma pessoa branca, etc.


Devido a tais "crimes" centenas de mi­lhares de mexicanos e negros cumpriram, era conjunto, milhões de anos em prisões e trabalhos forçados, sob brutais leis segregacionistas que vigoraram nos E.U. até aos anos 50 e 60. Mediante o uso sedutor e repetitivo, Hearst martelou a obscura palavra de calão mexicano "ma­rijuana" na consciência anglófona ameri­cana. Entretanto, a palavra "cânhamo" foi afastada e "cannabis", o termo científico, foi ignorado e enterrado.

 

A palavra espanhola para cânhamo é "canamo". Todavia, o uso de um coloquialismo da região mexicana de Sonora — marijuana, amiúde americanizado como "marihuana" — garantiu que pou­cos se apercebessem de que os termos corretos para designar um dos princi­pais medicamentos naturais do mundo, "cannabis" e o seu principal recurso in­dustrial, "cânhamo", haviam sido bani­dos da língua.

12 comentários:

  1. Parabéns ao blog, mil vezes!

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  2. a historia de pancho é maneira pra caraca, vale a pena ler

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  3. é o hempadão galera, sempre contribuindo para a cultura cannabica!
    abraço galera da redação!

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  4. Muita cultura para nóóós....
    Parabéns à todos!

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  5. "...olhar nos olhos dos brancos...", o crime.

    Como é que pode ser tão escrotildo futebol clube.

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  6. PARABÉNS HEMPADAOOO!!! Toda a galera de Recife-PE está ligada em você!

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  7. interessante essa historia...está muito enraizado o preconceito de hj com o de antes né?

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  8. A população tem vontade de invadir o congresso, mas como é bunda mole, procura um bode expiatório fraco para atacar, para descarregar. Ora é Battisti, ora é maconheiro etc. Não tem consciência do que realmente a aflige. Bater em minoria, ato covarde, é fácil. Quero ver bater nos 'fortes'.

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  9. e o nosso xenofobismo contra a Argentina?

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  10. #Enzoe: o nosso xenofobismo contra a Argentina?

    não sabe o que falar,enche a boca de fumaçã.

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  11. #Enzo: e o nosso xenofobismo contra a Argentina?
    para de show... se nao sabe o que falar vai fuma!!! kkKkkKkk

    Temos muito que aprender com a nossa vizinha Argentina..
    Eles saem para as ruas e quebram tudo quando eles querem algo, nos maconheiros temos que fazer a legalização rola!!!
    se for pra esperar a vontade de trabalho dos políticos a respeito da nossa erva vamos esperar ate a morte.

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