[Ed.114#] Adão e Erva: Marcha da Maconha contra o Tráfico e a favor do Futuro!

Já marchei pela maconha mais de trezentas vezes. Adão tem a idade da erva e sábado vai Marchar em centenas de cidades pelo mundo. Não há como proibir uma semente de brotar. Não há forças que impeçam uma multidão de Marchar. Cada uma no seu ritmo, pois cada país tem seu contexto: no Brasil é proibido fumar na Marcha. Tudo que a imprensa e a polícia querem é pegar alguém queimando um – só para queimar o movimento.

 

Mas em outros países não tem porque reprimir. Basta observar: quanto maior o nível de educação e cultura de um povo, menor a repressão em relação ao consumo de maconha. Canadá, Austrália, Espanha, Portugal e Holanda são bons exemplos. Além do consumo livre, em alguns lugares acontece distribuição de maconha. Distribuição de algo que é entendido como medicinal. Não acredita? Assista o vídeo abaixo:

 

 

Mas não precisa ir muito longe. Na Argentina também é assim. Aqui não. Na Marcha da Maconha do Brasil é proibido fumar. Tem que ser assim para que consigamos – com dificuldade – o direito de Marchar. O Brasil é conservador pra burro. E burro até para ser conservador. Fomos o último país a acabar com a escravidão! Mas antes da liberdade dos escravos, em 1888, houve mudanças graduais, como a lei do Ventre Livre, de 1871 e a Lei Saraiva, que propunha – vejam vocês – “a extinção gradual do elemento servil”, em 1885.

 

Costumam comparar o hábito de fumar maconha com o de cometer sequestro ou até homicídio. Sendo no máximo uma auto-lesão, como o ato de fumar pode corresponder ao crimes citados? O boicote e a manipulação para suprimir a liberdade dos maconheiros é mesmo mais comparável a causa do escravos, afinal de contas, eles trouxeram a erva para cá. Parece que o Brasil vai ser também o último a legalizar a maconha. Enquanto isso faz leis de extinção gradual do elemento tráfico e do elemento prisão, pois se todo mundo resolve acender na Marcha: haja camburão.

 

Mas não… como dizem por aí: se for para fumar na Marcha, fica em casa, doidão. Fugimos do estigma como o diabético do cuscuz, e se não fosse assim, como seria? No Brasil é pecado mortal fumar a Maria. Portugal não instituiu a escravidão no mundo, mas no Brasil sim. E sabem quem foi pioneiro na abolição da escravatura? Portugal, que aboliu o tráfico negreiro em 1836 e a escravidão em 1869. Quem instituiu a proibição das drogas na América e no mundo? Estado Unidos. Quem desponta no quadro da legalização mundial se não eles? Afinal de contas, quem institui as regras é capaz de enxergar e fazer a análise de conjuntura com muito mais facilidade e assim superar ou transitar de modelos gastos e ultrapassados de dominação.

 

Incapacidade é o sobrenome do atraso. Mas o que controla a estratégia e estratagema não é de fato o extrato de cada país, mas sim o trato e traço subjetivo de cada nação. A proibição impera na mente, no preconceito da família alimentado pelo medo estimulado pela mídia. Combinação fatídica para perpetuar a opressão sinistra que não proíbe o rico de fumar, mas impede o pobre de entrar em casa em dias de invasão no morro. A Guerra às drogas é macabra como qualquer guerra. A perseguição à maconheiros é absurda como a caça às bruxas.

 

Infelizmente, o careta não entende. Para entender não precisa fumar maconha, mas talvez ser doidão estilo Raul: Metamorfose ambulante sem ter vergonha de mudar e mudar de novo se for preciso. Evitar “aquela velha opinião formada sobre tudo”, porque senão, imagine só: aquele tipo que xinga e odeia o maconheiro, que possibilidade tem de mudar de ideia? Nenhuma. Eles bradam: “Minha cabeça ninguém vai mudar”. Por  isso as leis buscam a evolução em prol da liberdade através de gerações, anos e anos, enquanto os dinossauros vão dando sinais evidentes de esclerose: como comparando fumar um baseado a abusar de uma criança, ou dando tiro no pé com matérias tenebrosamente tendenciosas e covardes de tão mal apuradas e justificadas.

 

Ficaremos para trás, mas não se depender daqueles que assim como Adão vestem a camisa da Marcha e vão pra rua protestar. Enquanto a polícia taca fogo em polígonos da maconha no Brasil a fora, nós temos o dever de avisar para as autoridade que a planta é muito mais do que uma droga, é também uma matéria prima muito importante e útil para o futuro da nação. Foda é que eles nunca acreditam, acham que é tudo papo de doidão. Investem na repressão enquanto temos pacto com a razão. Dizem que não temos consciência, mas pregamos conscientização. Na Marcha não pode Erva, mas pode Adão: isso significa ativismo, sabedoria, olhos vermelhos e educação. Vamos marchar, Hempadão? Eles já perceberam – juntos somos uma multidão. Do quilombo à mansão, a erva resistiu historicamente e hoje clama, acende e chama, por revolução!!