[Ed.116#] Adão e Erva: “Querem me prender… Querem me bater… Mas eu não mudo de opinião!”

Adão por vezes certo outras na contramão. Desculpa editor, perdi a hora e o rumo e quando menos percebi, o prumo mudou. Continuamos nossa Marcha, com posts e mais posts, textos e mais textos, fotos, vídeos, socialidades gerais e inventadas. Perguntam sempre: “Já foram alguma vez alvo de ameaças ou algum tipo de censura?”, e a resposta é: não. Erva nunca foi reprimida no colo de Adão. Da mesma forma, sua representação nunca sentiu o peso de uma repressão, pelo menos por enquanto…

 

As repetidas perguntas remetem ao fato de que já se sabe que um veículo de contracultura é muito mais exposto a truculência e todo dano dessa postura. Não que tememos o blog dentro da viatura, mas o Google e toda sua estrutura podem sim limpar a mesa e não deixar sequer um farelo de Hempadão, a qualquer minuto. E é lá do Paraná que vem o perigo, apontado para o site da Marcha da Maconha. Atenção leitores… quando o Delegado vira Deputado normalmente as liberdades tomam dores. Analisem com cuidado, como professores! E deixem na roda a opinião dos senhores:

 

“O deputado federal Fernando Francischini representará ao Procurador Geral da Republica que entre com uma Acao Civil Publica contra a GOOGLE e o Movimento Nacional da Marcha da MACONHA.

A Google por hospedar o site que faz apologia ao uso de drogas e o Movimento por fomentar crime perante jovens em todo o Brasil.

A luta contra a droga e o crime organizado deu a Francischini excelentes índices de popularidade. Ele acaba de comemorar resultado de pesquisa onde aparece com alto índice de intenção de voto para vice-prefeito de Curitiba.”

Como diz o nobre amigo Mandacaru, os policiais deveriam ser os primeiros a quererem mudar o sistema de guerra às drogas que os expõem a uma missão sem foco e objetivo em que se perde vidas. Sim, os policiais… mas e o delegado deputado? Esse está fazendo carreira explorando o status quo que torna herói aquele que investe nesse modelo já falido, só gastando mais dinheiro e tempo sem achar um resquício de solução para o problema.

 

A erva se propaga culturalmente muito antes da invenção e popularização da internet. Se propaga naturalmente em sua condição de planta. O advogado Gerardo Santiago já avisou: “Vai ter que processar o Google lá nos EUA”, mas será que esse tiro não sai pela culatra? Essa lei que proíbe a liberdade de expressão costuma ser cão que só ladra. E ladra alto! Quem é perseguido por apologia acaba solto e o réu acaba sendo muito divulgado, exemplos: Planet Hemp e a própria Marcha da Maconha.

 

Mas eles vem ganhando uma briga: a Marcha da Maconha foi proibida esse ano pelo terceiro ano consecutivo em Curitba. Como pode? Mais detalhes dá pra ver no site da Gazeta do Povo. Como pode porque é óbvio que eles vão perder a batalha perante a justiça e o suceder dos fatos. Se Rio de Janeiro e São Paulo tem autorização para Marchar, porque Curitiba não poderá fazê-lo? Tiro na cabeça pela culatra. Os deputados mostram o quanto o estado é atrasado e eficaz no que diz respeito a banir direitos fundamentais dos seres humanos.

 

Acabar com sites de maconha na internet é uma tentativa tão inteligente quanto pensar em extinguir um espécie vegetal no planeta. Não conseguiram e por tanto reprimir, só  fazer a cultura crescer e se fortalecer cada vez mais. Em Curitiba a reunião vai acontecer, a concentração está mantida e o manifesto – caso não seja revogada a ordem de proibição da Marcha – será em prol da liberdade de expressão! Avante guerreiros contra a opressão!