[Ed.#119] Adão e Erva: Vamos pedir uma Pizza?!

Se bate a onda, também bate a fome. A larica é um sintoma comum e delicioso, seja lá qual for a forma de se erradica-la. Uma das mais comuns, principalmente na Paulicéia, é a pizza. Rápida e barata, mas… qual o  sabor? A questão. A questão é a verve máxima da filosofia entendida como busca pura e pueril pelo conhecimento. A dúvida e o questionamento… mas nesse caso, simplesmente a: sequela. Galera, galera… qual o sabor da pizza?

 

Pode ser qualquer um, menos com cebola. O outro não come carne. Ou outro prefere sem muzzarela, o que descaracteriza a pizza em sua receita original, ou não? O fato é que quanto maior a roda de maconheiros, mais difícil estabelecer e focar no direcionamento básico para se pedir algo a alguém, ou seja, sabe o que pedir. Bando de maconheiros famintos, dá pra decidir o que vamos comer? Ah… mas com todo o dinheiro que vai ser gasto, dá pra fazer uma comida.

 

Comida caseira… se dispõem? Você é demais, amor… mas, querida, será que vai dar tempo? Faz tempo que não como comida, é disso que preciso, afinal, a correria do dia a dia nos impede de manter uma alimentação minimamente saudável. Você gosta de frutas e verduras? – Claro, sou o que pediu a vegetariana… e por falar nisso, já pediram a pizza?

 

Não!! Quais os sabores? Metade isso, metade aquilo… a porra da parada vai fechar em meia hora. Eu não vou ligar mais, liga ae alguém. Troco para quanto? Adão, seu puto… não conta essa história no blog, não! Depois o Reinaldo Azevedo lê e vai sair por aí dizendo que não temos capacidade nem de escolher uma pizza. E olha que somos 15 pessoas aqui – cade nosso pode de decisão? Como queremos mudar os rumos da política mundial de drogas se mal conseguimos decidir o que vamos comer?

 

Vai ver é porque ao invés de escolher o que você quer, tu fica aí fazendo discurso. Mas não dá para cada um escolher um sabor, ou serão quinze pizzas? Cada um vota em um e a gente vê quem ganhou, que tal? Esses impasses metodológicos só pioram as coisas. Eu acho que isso tudo é uma manifestação muito altruísta da rapaziada da fumaça, sabe. Todo mundo com vergonha de dizer o que quer, vamos gente, é a hora de decidir.

 

Nesse momento alguém acende mais um baseado no canto da sala. A Erva exala um cheiro maravilhoso e faz todo mundo esquecer o orégano. Devia existir um rodízio de pizza legalized, talvez dentro de um hotel legalized, claro, localizado em um país que fosse legalized. Os entregadores sempre entram pra dar um dois – e assim nem precisa gorjeta. Eles já são legalized. Hehehe… é, pode crer.

 

Certa vez um maluco ao pedir uma pizza conseguiu dar o detalhe a atendente de que éramos do coletivo da Marcha da Maconha. Do outro lado da linha a voz perguntou: ué, mas o movimento de vocês não está proibido? Sim… respondeu Adão… mas essa história de proibição sempre acaba em Pizza. Capricha aí, moça… que daqui é só fome de trinta mendigos. – Como?! É… só sativossauro! – Han?! Ave Maria, aqui é geral super Larica! – Um minuto que vou chamar o gerente! Ah… é ele que entende disso? – Fala, meu senhor… Seguinte, eu quero fazer um pedido, mas eu to meio perdido. Que sabores você tem aí?