Dia Mundial de Combate as Drogas e a Proibição mais Perto do Fim! [Chapa2 Ed. 174#]

Hoje é o dia mundial de combate as drogas. Em alguma sala do Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime (UNODC), em Viena, os burocratas do proibicionismo devem estar comemorando a data com um bom vinho italiano. Em outros países, inclusive no Brasil, foram programados atos públicos de destruição de toneladas de drogas apreendidas.

 

Viajando um pouco com o poder dos canabinóides é possível comparar esse dia com o último baile do Império do Brasil. No dia 9 de novembro de de 1889 a aristocracia real se reuniu para uma grande festa na Ilha Fiscal, no Rio de Janeiro, apesar do clima de total instabilidade política que seis dias depois resultou na proclamação da república.

 

Tudo bem que o proibicionismo das drogas não vai ser derrubado na próxima semana. Mas é possível dizer que já vivemos o período histórico que antecede o seu sepultamento. Por mais que a ONU insista na guerra às drogas, é possível observar um avanço firme e constante de chefes de estado que vão público questionar o atual modelo de política de drogas.

 

Chama atenção o fato das iniciativas pioneiras estarem surgindo aqui na América Latina. Em defesa da folha de coca o presidente boliviano Evo Morales renunciou temporariamente a Convenção Única de Entorpecentes da ONU (tratado que consolidou a proibição em todo planeta). Mas o nome do momento é o presidente do Uruguai, José Mujica, que apresentou um projeto de e regulamentação do comércio de maconha, definindo todas as regras de produção, distribuição e comercialização da cannabis. E na Argentina o porte de drogas foi descriminalizado em 2009.

 

Como já foi dito em outros posts, o governo brasileiro mantém uma omissão vergonhosa na questão das drogas. É do tipo que não quer manter a proibição, mas não tem coragem de defender a legalização ou descriminalização. Mas pode ser o contrário: quer manter a proibição e não tem coragem de criticar a legalização ou descriminalização.

 

A opção pelo silêncio atrapalha a realização de um debate saudável e coloca o Brasil como forte candidato a ser a última nação a acabar com a criminalização das drogas, de seus mercadores e usuários. Não custa nada lembrar que fomos o último país a abolir a escravidão.

 

Aos que preferem comemorar o dia mundial de combate as drogas eu aviso que a festa está com os dias contados. A galera que luta verdadeiramente em defesa da vida e da família está virando esse jogo.