segunda-feira, 11 de junho de 2012

Os Fumatórios Turcos de Haxixe! [OnJack Ed. 172#]

 

Desde cerca de 1860 até ao início do século XX, era habitual as Feiras Mundiais e Exposições Internacionais apresentarem uma exposição/concessão de Fumo de Haxixe Turco. Fumar haxixe era inteiramente novo para os americanos; os efeitos manifestavam-se muito mais depressa. Porém, o haxixe fumado equivalia apenas um terço do efeito e duração da ingestão oral de extratos medicinais de cânhamo,que era receitados regularmente mesmo às crianças americanas.

 

Em 1876, na gigantesca Exposição do Centenário da América realizada em Filadélfia, os visitantes levavam os ami­gos e familiares a fumar na extremamen­te popular Exposição de Haxixe Turco, de modo a "ampliarem" a sua experiência da feira.

 

 

Em 1883, salões semelhantes para fu­mar haxixe estavam abertos em todas as principais cidades americanas, incluindo Nova Iorque, Boston, Filadélfia, Chicago, St. Louis, Nova Orleães e outras.

 

A Police Gazette calculava que por vol­ta de 1880 havia mais de 500 fumatórios de haxixe na cidade de Nova Iorque, e a polícia novaiorquina calculou que nos anos 20 havia ainda 500 ou mais fu­matórios de haxixe na cidade — nos anos 20, durante o período de proibição do álcool, estes salões eram mais nu­merosos que os "speakeasys".*

 

Tão Americano como torta de Maçã

 
Pelo início deste século, quase quatro gerações de americanos tinham vindo a usar cannabis. Virtualmente todas as pessoas deste país estavam familiarizadas desde a infância com as "ganzás" provocadas pelos extratos de cânhamo — e no entanto, após 60 anos de uso, os médicos não as consideravam viciantes, anti-sociais ou minimamente violentas.
 
Isto suscita uma pergunta importante: Se não foi o receio de consequências san­itárias ou sociais que conduziu à even­tual proibição do uso da cannabis na

América (mais tarde imposta ao resto do mundo), então o que foi?

 

A CAMPANHA DE CALÚNIAS

 

Que força político-social seria pode­rosa bastante para virar os ameri­canos contra algo tão inocente como uma planta — ainda por cima uma que todos tinham interesse em usar para melhorar as suas vidas?

 

Anteriormente, lemos como as pri­meiras leis federais anti-marijuana (1937) surgiram devido às mentiras, ao jornalis­mo amarelo e aos artigos delirantes e racistas publicados nos jornais de William Randolph Hearst, os quais Harry Anslinger citou como factos em testemunhos prestados ao Congresso.

 

Mas o que é que fez Hearst lançar as histórias de terror racistas associadas à marijuana? Que inteligência ou igno­rância, devido à qual ainda castigamos os nossos irmãos americanos com 14 mi­lhões de anos de cadeia apenas nos últi­mos 60 anos (só em 1997 foram presas 642.000 pessoas por causa de marijuana, quase duas vezes mais do que em 1990) — fez acontecer isto?

 

O primeiro passo foi introduzir o ele­mento de medo do desconhecido usando uma palavra que ninguém ouvira antes: "marijuana".

 

O passo seguinte foi manter as mano­bras ocultas do conhecimento dos médicos, cientistas e industriais do cânhamo, que o teriam defendido. Conseguiu-se isto realizando secretamente a maioria das audiências sobre a proibição.

 

E finalmente, os proibicionistas dedi­caram-se a atiçar emoções primárias, ex­plorando diretamente um reservatório existente de ódio que estava já a envene­nar a sociedade: o racismo.

9 comentários:

  1. Só tenho uma dúvida em:
    "O primeiro passo foi introduzir o elemento de medo do desconhecido usando uma palavra que ninguém ouvira antes: 'marijuana'."

    Seria "marijuana", um termo impactante? Uma palavra assustadora? Assim como é a "maconha" (má companhia) na língua portuguesa?

    Esse nome em inglês (ou espanhol) foi empregado com a mesma intenção?

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  2. Belo texto, informação é o que há ! Augusto Rezeck

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  3. Por essas e outras que nos últimos 10 anos tento usar somente o termo cannabis.

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  4. Fala Big Ribeiro, pelo que eu sei a palavra maconha foi introduzida pelos africanos e era só um anagrama de canhamo que eles usavam para se comunicar entre eles mesmo. Já Marijuana é uma palavra que foi criada com o intuito de desvalorizar a planta e os mexicanos que usavam e deriva da palavra mexicano "maraguanco" que significa planta intoxicante.

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  5. uma pergunta quem teve atitudes que mataram mais Harry Anslinger ou adolf hitler,,, em comparação ao primeiro hitler merecia o premio nobel da paz

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  6. TURMA BOA, BORA MOBILIZAR AI NO AVAAZ.

    http://www.avaaz.org/po/petition/Descriminalizacao_do_Cultivo_Caseiro_de_Cannabis/

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  7. Dizer não à maconha é dizer sim ao racismo, sob um ponto de vista histórico.

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  8. MEU SONHO É UNIR UM GRUPO DE AMIGOS E FORMAR UMA IRMANDADE - PARA FUMAR MACONHA

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