terça-feira, 17 de julho de 2012

A Maconha na África do Sul hoje! [OnJack Ed. #177]

Em 1911, a África do Sul decretou a proibição da marijuana com intuitos idênticos aos de Nova Orleans: para deter os negros insolentes!* Na Liga das Na­ções, a África do Sul branca e o Egito lideraram o esforço internacional para proibir a cannabis em todo o mundo.

* Todavia, a África do Sul continuava a permitir que os seus mineiros negros fumassem dagga no trabalho. Porquê? Porque assim eles eram mais produtivos!

 

De fato, nesse mesmo ano, a África do Sul influenciou os legisladores su­listas americanos no sentido de proibir a cannabis (que muitos sul-africanos negros reverenciavam como "dagga" a sua erva sagrada). Nessa altura, muitas sedes americanas de empresas sul-africanas localizavam-se em Nova Orleans.

 

 

Esta é toda a base racial e religiosa (igreja católica medieval) de onde emanaram as nossas leis contra o cânhamo. É algo de que devemos orgulhar-nos?

 

Até agora, cidadãos americanos pas­saram doze milhões de anos em cadeias e prisões, e em regimes de liberdade condi­cional e pena suspensa, devido a esta absurda mentalidade racista com pro­váveis bases econômicas. (Ver capítulo 4,"Os Últimos Dias da Cannabis Legal")

 

Em 1985*, os EUA encarceravam uma maior percentagem de pessoas do que qualquer outro país do mundo exceto a África do Sul. Em 1989, os EUA ultrapas­saram a África do Sul, e em 1997 o nosso índice de encarceração é quatro vezes superior ao desse país. É agora o mais elevado do mundo e continua a crescer.* Não é interessante constatar isto?

 

No discurso sobre política de droga que proferiu em 5 de Setembro de 1989, o presidente Bush prometeu duplicar de novo a população prisional federal, depois de ela ter já duplicado no mandato de Reagan. Conseguiu-o. Em 1993, o presidente Clinton planejou duplicar de novo o número de prisioneiros até 1996. Foi o que fez.

 

Lembram-se do coro de protestos que se levantou em 1979 quando o antigo embaixador nas Nações Unidas Andrew Young disse ao mundo que os EUA tinham mais prisioneiros políticos do que qualquer outra nação? (Anistia Inter­nacional, ACLU [Associação Americana de Liberdades Civis])

 

VESTÍGIOS DURADOUROS

Embora o blackface tivesse desaparecido enquanto lei no final dos anos 20, tão tarde como nos anos 60 artistas negros tais como Harry Belafonte e Sammy Davis Jr. ainda eram obrigados — por lei! — a entrar nos recintos artísticos, bares, etc, pela porta das traseiras. Eles não estavam autorizados a alugar quartos de hotel em Las Vegas ou Miami Beach, muito embo­ra fossem as cabeças de cartaz.

 

Em 1981, na sua atuação para as ceri­mônias da inauguração presidencial de Ronald Reagan, Ben Vereen encenou as leis blackface/Jim Crow vigentes neste país no virar do século passado, fazendo uma exce­lente prestação sobre o genial comediante negro Bert Williams (circa 1890 até 1920).

 

Vereen fora convidado a atuar na inauguração de Reagan e aceitara apenas na condição de poder contar a história completa do blackface — mas toda a primeira metade do programa de Vereen, apresentando Bert Williams e o black­face, foi censurada pela gente de Reagan na ABC TV, contrariamente ao acordo especial que Vereen fizera com a estação.

 

* "Em Portugal passamos de uma população prisional que num estado dito fascista era de aproximadamente 2500 reclusos em 1974, para mais de 14000 em 1988", cerca de três quartos dos quais estão detidos pordelitos relacionados com drogas. (N. do T.)

3 comentários:

  1. poo Hempada, junto um monte de coisa intendi muito ñ...kkk

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  2. Enzo, basicamente a lei anti-drogas foi por causa de racismo, não só pelas madeireiras! o texto não cita, mas grande parte não foi por causa dos negros que são considerados Americanos, mas pelos mexicanos que são considerados "cucarachas" pelos fdp norte-americanos!

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