quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Brasil: essa é a tua cara? [Portas da Percepção #207]

por Fernando Beserra

 

A Política de Drogas brasileira tem dado sinais bastante ambíguos há bastante tempo. Disso não restam dúvidas. Por um lado, o Ministério da Saúde indica a Redução de Danos como Diretriz para atenção ao uso indevido de substâncias psicoativas, por outro, promove enormes investimentos nas Comunidades Terapêuticas, revertendo uma enorme parcela financeira do Estado brasileiro para o setor privado e religioso. Enquanto isso o número de Centros de Atenção Psicossocial para tratamento do uso indevido de Álcool e Outras Drogas (CAPS AD) continuam agonizando com número absolutamente insuficiente de CAPS AD, basicamente nada de programas de redução de danos/ consultórios de rua que possam ir ao território e acompanhar os usuários.

 

Quando fiquei feliz ao ver muitos Agentes Comunitários de Saúde no Evento: “Saúde é preciso mudar“ (RJ, 2012) com o conhecimento da redução de danos no Rio de Janeiro, por outro lado é desanimador ver hoje o Ministério da Saúde oficializar o esvaziamento do SUS e das verbas da saúde, através do Plano de Enfrentamento ao Crack, com anuência da presidenta Dilma, que tem feito um péssimo trabalho no que refere a Política de Drogas, inclusive do ponto de vista terapêutico. Os senhores podem acompanhar os gastos estrondosos que estão vazando do Sistema Público de Saúde e indo mensalmente para organizações religiosas: AQUI!

 

 

Temos repetido inúmeras vezes que a questão das drogas não é um caso de segurança pública, mas de saúde, parece que teremos também que repeti-lo que os usos abusivos e a dependência são questão de saúde e o Ministério da Saúde deve parar de simplesmente jogar para fora do Setor Público as verbas que deveriam ser destinadas a construção de atendimento público, gratuito e de qualidade! Ainda mais funesto é saber o que já sabemos: que o desvio do dinheiro público ao setor privado é acompanhado tantas vezes de corrupção.

 

Os gastos serão enormes. Para cada adulto R$ 1.000 mensais às comunidades terapêuticas. Adolescentes e grávidas = R$ 1.500 às comunidades terapêuticas. A turma do Sr. Ronaldo Laranjeira agradece. Também agradecem as Comunidades Terapêuticas que tanto falam: “Não recebemos NADA do ESTADO e estamos aqui fazendo este trabalho”, que em outras linhas tantas vezes quis dizer: “Recebemos das famílias e internamos compulsoriamente se for preciso”. Afinal, para o Estado está tudo OK.

 

Senhores(as), não estou dizendo que não existam Comunidades Terapêuticas de bom nível, mas dinheiro PÚBLICO é da coisa pública e deve financiar ações do Estado. O papel do Estado em relação às comunidades terapêuticas deve ser o de fiscalização e treinamento/aperfeiçoamento e só. É lamentável. Vivemos em épocas sombrias na política brasileira de drogas. Será necessária uma Marcha da Maconha de alto TOM para reverter o atual estado de coisas e muito trabalho de nossos representantes anti-proibicionistas nos mais diversos frontes.

4 comentários:

  1. quando as portas da percepção forem abertas veremos tudo como realmente é infinito!

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  2. a erva da libertação, ela nao e um problema e so uma planta

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  3. Gente na boa, essdes pastores são um bando de charlatões, todos no fndo são empresarios e fazem da fe comercio. Devemos nos mobilizar e mostrar a verdade que eles omitem na biblia. Por exemplo: "O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, NÃO HABITA EM TEMPLOS FEITOS POR MÃOS DE HOMENS; Atos 17:24" Como podem dizer qure templo "é casa do senhor" se a p´ropria biblia diz que não é. E como podem falar que Cristo não bebia, se ele bebia vinho??? Tudo mentira. Esse governo da dilma é o governo da igreja e dos empresarios e só!!!

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  4. Esse tipo de coisa acontece porque políutica de drogas não é visto como prioridade de nada no Brasil, embora todo mundo reconheça que é um dos problemas mais graves. Se fosse prioridade, realmente as CT's iam ser esvaziadas e virar exceção, e os CAPS seriam presentes em todas as cidades.

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