segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Capítulo 16 – Alternativas à Proibição! [OnJack Ed. #209]

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Em conclusão, constatamos que a postura antimarijuana das autoridades é tecida de refinadas mentiras. Neste capítulo, começamos por fazer luz sobre algumas investigações que as autoridades preferem que as pessoas desconheçam, abordando então algumas alternativas realistas. Mas primeiro, uma curta fábula:

 

A HISTÓRIA DO REI QUE PASSEOU NU

(Parafraseado do Conto de Fadas de Hans Christian Andersen.)

Havia outrora um rei muito mau e vaidoso que cobrava pesados impostos dos seus súditos de forma a custear o seu guarda-roupa confeccionado a partir dos mais dispendiosos tecidos.

 

Certo dia chegaram dois vigaristas que, apresentando-se como renomados alfaia­tes de uma terra longínqua, solicitaram uma audiência com o rei, durante a qual lhe contaram que tinham inventado um novo e fabuloso tecido, feito de uma fibra de ouro muito cara que apenas as mais puras e sábias pessoas eram capazes de ver. Excitado, o rei pediu para ver uma amostra, e os homens mostraram-lhe um cabide vazio. "Não achais maravilhoso?" perguntaram ao rei.

 

O rei concordou, receando admitir que nada via, pois isso significaria que era uma pessoa apática e estúpida.

 

O rei lembrou-se então de testar os seus ministros, convocando-os para darem a sua opinião. Uma vez que lhes foi explica­da a magia do tecido, todos concordaram que se tratava de fato do melhor e mais maravilhoso tecido do mundo.

 

O rei ordenou que a maior parte do ouro do tesouro real fosse entregue aos supostos alfaiates para estes o transforma­rem em fio. Os homens começaram a trabalhar de imediato, passando o dia a fin­gir que cortavam e cosiam, enquanto periodicamente o rei e os seus ministros vinham observar o produto que eles es­tavam a confeccionar — e liquidar as enormes dívidas que vinham a acumular no decurso das suas atividades.

 

Chegou finalmente o grande dia, quan­do todos os habitantes do reino foram convocados para admirar a roupa nova do rei, para a qual tanto tinham dispendido e da qual tanto haviam ouvido falar.

 

Quando o rei surgiu todo nu, as pes­soas olharam-se incrédulas e nada disseram. Então cantaram as loas do mira­culoso tecido novo: "É a obra mais bela que jamais vi!" "Magnífico!" "Quem me dera ter um tecido assim tão maravi­lhoso!" Todos aplaudiram, receosos de serem denunciados e apodados de estúpidos e impuros caso procedessem de outro modo.

 

E o rei pavoneou-se orgulhosamente frente aos seus súditos, secretamente preocupado com a eventualidade de perder a coroa caso o seu povo descobrisse que ele próprio era incapaz de ver a roupa que lhe envolvia o corpo.

 

Quando o rei passou junto da multi­dão, um rapazinho que estava às cavaiitas do pai gritou: "Mas o rei não traz nada vestido!"

 

"Escutai o que diz o inocente!" disse o pai do rapaz. E as pessoas sussurraram umas às outras o que dissera a criança. E as palavras do rapazinho espalharam-se entre os súditos do rei.

 

Todos — ministros, guardas e povo — perceberam então que o rei e os seus mi­nistros haviam sido enganados por escro­ques, e que estes não apenas os haviam enganado, mas tinham gasto nesta farsa todo o dinheiro dos impostos.

 

O rei ouviu as pessoas rirem e murmurarem. Sabia que elas tinham razão, mas o seu orgulho impedia-o de admitir que se en­ganara e fizera figura de idiota. De modo que o rei se empertigou todo e, do alto do seu nariz, fitou os guardas, até que captou o olhar de um deles.

 

O guarda, olhando nervosamente em redor, consciente de que este vaidoso rei podia mandar encarcerá-lo ou mesmo decapitá-lo, evitou os seus olhos e fitou o chão. Então outro guarda, percebendo que o seu colega deixara de rir, assustou-se e baixou também os olhos para o chão. Num instante, to­dos os guardas, ministros e até mesmo as crianças que fingiam transportar o real manto feito de teci­do de ouro invisível, olha­vam fixamente para o chão.

 

Vendo os ministros e os guardas, que há um momento atrás estavam rindo do rei e agora fitavam o chão, tremendo como varas verdes, as pessoas deixaram de rir e não tardaram também a baixar as cabeças.

 

Até o rapazinho que inicialmente ex­clamara que o rei ia nu, vendo todas as pessoas crescidas à sua volta, e até mesmo o seu pai, tão assustadas e subju­gadas, baixou a cabeça cheio de medo!

 

Então o rei, empertigando-se de novo, anunciou aos seus súditos, enquanto marchava através do seu reino: "Quem se atreve a dizer que estas não são as me­lhores roupas que há?"

 

A MORAL DA HISTÓRIA É:

Não basta denunciarmos os atos frau­dulentos e a manipulação dos fatos leva­dos a cabo pelo Rei (o governo dos EUA). Os seus guardas (o FBI, a CIA, a DEA, etc.) são poderosos demais. É tal o receio que sentem de ser vergonhosamente desmasca­rados que usam incessantemente o seu po­der (financiando a maior parte das cruzadas antidroga das Nações Unidas e mundiais) para comprar obediência me­diante suborno e intimidação (ajuda exter­na, vendas de armamento, etc).

 

Os cidadãos americanos que se atre­vem a pronunciar contra esta tirania são muitas vezes difamados como "drogados" ou "passados", podendo ser ameaçados com a perda dos seus empregos, rendi­mentos, famílias e ha­veres. Se quisermos vencer, devemos cra­var repetidamente uma estaca no coração das mentiras propal­adas pelas autori­dades, martelando-a implacavelmente com os fatos concretos. Só assim derrotaremos o mal perpetrado por este imperador insen­sível — as leis injustas sobre a cannabis. E, se tal for necessário para o nosso povo, devemos estar preparados para prender estes facínoras!

 

A ANALOGIA LÓGICA

Dizemos que as leis sobre a marijua­na/cânhamo são como as roupas do rei! À imagem de tiranos e proibicionistas do passado, este rei depende de força bruta, intimidação, medo e um virtual estado policial para manter o seu reinado autoritário e despótico, enquanto sangra o tesouro federal, desmantela todos os vestígios da Declaração dos Direitos e aprisiona almas inocentes.

 

O nosso grande país foi fundado sobre o princípio de que cada pessoa possui "di­reitos inalienáveis" "à vida, à liberdade e à busca da felicidade" e cada pessoa tem a responsabilidade de conservar estes direi­tos ao lançar o seu voto individual.

 

Os funcionários ou executivos do Governo dos EUA estão cometendo ilícitos criminais ao dirigirem ou conspirarem para lançar deliberadas campanhas de desinformação, omissões e mentiras des­caradas financiadas com os dólares dos nossos impostos.

 

Na questão da cannabis, Ronald Rea­gan, George Bush, e agora até Bill Clinton, têm desempenhado o papel do Rei. Poderíamos acrescentar que Nancy Rea­gan desempenhou o papel da maléfica e implacável Rainha de Copas da Alice no país das Maravilhas de Lewis Carroll, a qual decretou — "sentença já, veredito mais tarde!"

 

Os czares antidroga passados, Carlton Turner, William Bennett, Bill Martinez, Lee Brown, e o presente, general Barry McCaffrey,* têm desempenhado o papel de conselheiros do Rei, todos sus­tentando a falácia do "puro tecido que apenas os mais puros olhos conseguem ver," o qual foi fabricado por Anslinger/DuPont/Hearst e os seus male­volentes burocratas. Os czares antidroga são agora apoiados por empresas de energia, farmacêuticas, produtores de bebidas alcoólicas e cervejeiras, profis­sionais de reabilitação e despistagem de drogas, polícias, guardas prisionais e construtores de prisões - tudo gente com amplos interesses financeiros em jogo e motivações dignas de um estado policial.

 

Quando funcionários do governo dos EUA agem ou conspiram deliberadamen­te desta forma — sejam eles o presidente, o vice-presidente, o czar nacional anti­droga, o diretor do FBI ou da CIA —, eles deviam ser presos. E, numa socieda­de americana honesta, eles seriam res­ponsabilizados pelos 14 milhões de anos a que já condenaram tantos americanos pelo "crime" de possuírem erva.

 

As nossas burocracias federais e o Su­premo Tribunal dos EUA estão a retirar-nos rapidamente as nossas liberdades tal como elas são consagradas na Declara­ção dos Direitos (redigida em papel de cânhamo). O cânhamo/marijuana tor­nou-se o principal pretexto para nos se­rem retirados os nossos direitos cons­titucionais garantidos — mais do que to­dos os outros crimes, ações políticas, re­beliões, greves, levantamentos e guerras combinados dos últimos 200 anos! E a erosão de liberdades básicas é mais grave ainda nos nossos países satélites da América Central e do Sul, cujos líderes agem instigados pela América.

 

* A hora de irmos para o prelo (final de Março de 2001) a nova administração de George W. Bush ainda não empossara um novo czar antidroga para substituir o da administração Clinton. Nem sequer é certo que o faça, em cujo caso o ato significaria vontade de retirar ênfase à política de "guerra às drogas", que está a sofrer enorme contestação. Seja como for, o mais forte candidato ao lugar é Jim McDonough, czar antidroga da Florida, estado de que o irmão de Bush é governador, um "duro" que propôs a erradicação da marijuana na Florida usan­do agentes biológicos, e incentivos financeiros para as empresas fazerem despistagem de drogas aos seus empregados-(N. do T.)

O OnJack publica, semanalmente, trechos da tradução do livro de Jack Herer, The Emperor Wears no Clothes.

4 comentários:

  1. Tem que ficar esperto, e isso vale pra tudo, não só pra maconha não!

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  2. Não entendi os 14 milhões de anos..

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  3. ENQUETE DA CÂMARA DE DEPUTADOS!!! LEGALIZAÇÃO
    PORRAAA TÁ QUASE 100%


    http://www2.camara.leg.br/agencia-app/votarEnquete/enquete/BA0D5DBE-F619-4CB4-A6FD-D3BB27E0ADEA

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  4. 14 milhões de anos, muito provavelmente é o tempo (somado) de todos os presos por causa da erva.
    É bem contraditório mesmo essa politica, ainda mais nos EUA, onde os direitos constitucionais foram escritos em papel de canhamo. Só ai da pra enxergar a hipocrisia pura da politica proibicionista.

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