Os meus ouvidos entupiram ou eu não quero mais ouvir a voz do medo de dentro da minha mente que me fala lentamente como tudo pode se perder, a minha voz se cala frente ao verso do avesso de tudo o que eu temia, será essa guerra minha? Será essa vida sua?Quem seremos nós diante da utopia de viver em paz, tudo o que eu peço é o que o mundo traz e eu só faço esperar...pra plantar, pra reclamar, pra escrever, pra colher, pra estudar, pra trabalhar, pra legalizar, viver, me declarar, pra amar e realizar, pra ser o que eu quero crer que é o futuro, pra me alistar, entrar pra força armada, EZLN, MST, ou sei lá o que...algo que me dê frisson, que dê vontade de sair na rua e gritar, de viajar pelo mundo; Amazônia, Kingston, Cuba, Chiapas, Palestina, aprender outras línguas conhecer quem me motiva, escrever sobre isso tudo na ilusão de assim chegar mais perto, de estar mais certo, eu não quero ser um esperto, quero ver um mundo livre, quero cantar sem pretensão sem glamour ou produção, só pra ouvir minhas palavras ecoarem pelas mentes ávidas e sedentas de outros como eu, que vivem lutando pelos seus motivos, que acreditam no que dizem e não só repetem o que lhes chega aos ouvidos.Quero andar pelas ruas sem me revoltar com o ser humano, quero pensar no nordeste e poder sorrir, e não ver só injustiça, nem ver criança anêmica com olhos de poço que é só pele e osso, que pede comida e não brinquedo, que em vez do riso grita medo, que guardam o segredo de viver sem ter como, que driblam governantes e poderosos dessa nossa província à venda, o Brasil é uma tenda, que abriga todo tipo de ilusão e os caciques agora são bem diferentes, são brancos quase transparentes, que quase ninguém vê, que não aparecem na TV, enquanto a Amazônia some aos poucos,uns poucos nem tão poucos ganham muito, e nós os loucos somos tantos e indignados seguimos gritando tentando ecoar o nosso grito.É tudo uma disenteria coletiva, é a apatia consciente impulsionada pela ignorância contraída pelo pessimísmo e a falta de atitude. O rastro do capital corta o mundo inteiro, ferindo os que lhe servem com a alma e o trabalho, faz barulho aos ouvidos para que não se ouça mais nada em volta, nem discursos esquerdistas ou ideais marxistas, não importam pra quem precisa trazer comida à mesa, mas sempre haverá resistência e sangue a ser derramado, assim como suor, prosa e poesia, mesmo que você não me entenda eu continuo tentando, fazendo parte do lado mais franzino da corda que não arrebenta nunca não!! Atitude e ideal é bem mais forte que opressão, o perdão e o amor vêm só de quem traz a verdade no peito e na mente muita inspiração!!
Nome: Filipe Rocha
Idade: 27 anos
Profissão: Vendedor
Guarulhos - SP
2009
ResponderExcluirMuito bom o texto, rítmica muito bacana, o cara escreve muito bem!!Parabéns.
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